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Crise do regime

Ato nas ruas e Intercept foram fatores de pressão a favor de Lula

O crescimento da campanha pela liberdade de Lula e o naufrágio da Lava Jato impuseram tal pressão ao regime que fez os golpistas recuarem

Nesta sexta (9), após 580 dias de pena ilegal, o ex-presidente Lula foi libertado da masmorra dos golpistas na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Dois fatores na situação política foram decisivos na pressão para este resultado: a mobilização nas ruas e os vazamentos do portal The Intecetpt Brasil (a Vaza Jato).

A mobilização nas ruas

Desde antes de Lula ser preso em 7 de abril de 2018, diversas mobilizações ocorreram no país. Em 2016 contra sua condução coercitiva (em São Paulo), em 2017 contra sua condenação (em Curitiba), em 2018 contra sua condenação em 2ª instância (em Porto Alegre) e contra sua prisão (em São Bernardo do Campo). Para ser preso, Lula precisou se entregar passando por um cerco de militantes no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e desde então, já na sua chegada em Curitiba, ocorreram manifestações de apoio ao ex-presidente, a criação de toda uma estrutura oficial e não oficial de apoio a Lula, como a Vigília Lula Livre, o Espaço Marielle, o Acampamento Marisa Letícia, a Creche (todos em Curitiba) e várias outras iniciativas pelo País e pelo Mundo.

Com todas as dificuldades inerentes à mobilização, o boicote de setores da própria esquerda nacional (que vacilaram na defesa do ex-presidente e chegaram a cunhar a conhecida expressão de que a campanha pela liberdade de Lula “não unifica a esquerda”) na convocação e organização dos atos e caravanas, quando colocada em perspectiva de 2016 para cá, a campanha pela liberdade de Lula só cresceu. Chegou em seu melhor momento nos últimos meses, expressa na realização de dois atos nacionais em Curitiba, um pelo Partido da Causa Operária (PCO), em 14 de setembro, e outro pelo Comitê Nacional Lula Livre no dia do aniversário de 74 anos de Lula  no dia 27 de outubro.

Essa mobilização, expressa sobretudo em atos locais, estaduais, nacionais, internacionais, pequenos, médios, grandes, caravanas, mutirões, foi fundamental para manter todo um setor mais combativo das organizações de esquerda e da população em permanente mobilização. Isso forçou o regime a se manter vigilante sobre a situação e a manobrar para minimizar os riscos que uma explosão popular, como está ocorrendo na América latina, poderia ter no Brasil com Lula refém dos golpistas, preso em Curitiba. A mobilização foi o fator de pressão, como numa panela, que os golpistas tentaram conter para que não explodisse.

A Vaza Jato

Os vazamentos das conversas privadas do ex-juiz, atual ministro de Bolsonaro, Sérgio Moro, com o procurador Deltan Dallagnol e com outros integrantes do Judiciário, do MPF e da Lava Jato, feitos pelo portal The Intercept Brasil, que ficaram conhecidos como Vaza Jato, caíram como uma bomba na situação política do País. Ao mostrar que Moro e Dallagnol combinavam os processos contra Lula com a ajuda de vários setores dentro do Judiciário, do MPF, da Polícia Federal, para burlar as leis na perseguição a adversários políticos, foi possível a um amplo setor da população o conhecimento de denúncias feitas desde o início da Operação Lava Jato (em 2014) pela esquerda.

O impacto da Vaza Jato aprofundou a crise da Lava Jato e consequentemente do governo Bolsonaro, criou um clima de naufrágio no governo, fazendo com que vários setores golpistas dentro da própria burguesia e da direita passassem a adotar uma postura de retirar seu apoio à Operação ou mesmo a criticá-la abertamente (Reinaldo Azevedo, Raquel Sheherazade, Demétrio Magnoli, entre outros).

Essa desmoralização, na medida em que enfraqueceu os golpistas, fortaleceu a posição da esquerda e a campanha pela liberdade de Lula e ganhou uma amplitude diferente, por arrastar atrás de si setores da população não organizados.

O aumento da mobilização, chegando no seu pico desde 2016, o naufrágio da Lava Jato e do governo Bolsonaro, o momento de mobilização na América latina, formou uma equação explosiva para os golpistas, que impôs ao regime a necessidade de reduzir a pressão, sob o risco de que a mobilização no Brasil se ampliasse rapidamente e explodisse como está ocorrendo em países vizinhos. Por isso a mobilização nas ruas e a Vaza Jato foram fatores decisivos na liberdade de Lula e seguirão impulsionando a campanha contra o governo golpista, pelo restabelecimento de todos os direitos políticos de Lula e por eleições gerais com Lula candidato.

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