Um dos mais importantes indícios do real impacto de uma manifestação feita pela esquerda é a maneira com que a mesma repercute nos órgãos da imprensa burguesa. Neste sentido, o ato realizado no último dia 20 em Brasília, frente ao Palácio do Planalto demonstrou o poder da mobilização popular.
Manifestantes, em grande maioria do PT e PCO, assim como outras organizações de esquerda, somaram-se em entorno de 60 pessoas para protestar pelo “Fora Bolsonaro”, o primeiro ato deste tipo desde que a pandemia iniciou-se.
Com cartazes e faixas atacando o fascista de genocida, nazista, etc. os manifestantes causaram um forte impacto em todas as redes sociais no Brasil e, inclusive, na imprensa digital e televisiva burguesa.
O ato também foi marcado pela forte segurança presente. Desde seu início, policiais militares do Distrito Federal e integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável por protegerem Bolsonaro, tomaram o local, cercando os manifestantes.
Ameaças foram ouvidas por todos os cantos, sendo que a PM agia de forma truculenta com aqueles que se aproximassem. O nível de preocupação era alto, o tom seguido pelos policiais era sério e até mesmo o ministro do GSI, general Augusto Heleno, foi visto observando a manifestação de um dos andares superiores do Planalto.
Esta preocupação foi evidenciada por toda imprensa burguesa, que como a imprensa de esquerda, noticiou em todos os seus jornais, informações sobre o ato, analisando-o de maneira cautelosa.
Jornais como O Globo, Folha de São Paulo, Correios Brasiliense e inclusive o telejornal da Record, noticiaram a manifestação em suas matérias de capa. A preocupação mostrou-se aparente, este ato representou um passo para o inicio da mobilização popular em torno do Fora Bolsonaro.
Tal situação provou a entrega de um pedido de impeachment contra Jair Bolsonaro, assinado por centenas de organizações populares. O clima era de preocupação na burguesia.
Um dos fatores que apresentaram esta situação, foi o confronto de manifestantes da esquerda, que expulsaram os fascistas do locaol.
Durante o ato, um grupo minoritário de 17 apoiadores bolsonaristas buscou provocar os manifestantes, sob gritos de “mito” e demais ações. Porém, o estopim iniciou-se quando um destes, Renan, o mesmo bolsonarista que ficou conhecido por agredir uma enfermeira neste mesmo local, foi visto indo em direção a manifestação popular com um celular na mão, gravando o ato enquanto provocava os presentes.
Ao ser notado, Renan foi prontamente expulso à força do local por militantes presentes. O vídeo gravado pelo mesmo espalhou-se por todos os locais e acendeu, bem como após o ato corintiano na paulista, uma luz de alerta para a burguesia, quando trata-se da radicalização do povo.
Dessa maneira, o ato do dia 20 mostrou-se ser o primeiro de muitos pelo Fora Bolsonaro, em uma escalda da luta política no país.