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Ato em São Paulo deve ser no centro da cidade e não na Vila Madalena

As primeiras informações sobre o ato do dia 14 de junho em São Paulo dão conta de que ele será realizado novamente no Largo da Batata. A esquerda pequeno-burguesa gosta de “inovar” e “inventar”. Como se o movimento político fosse algum tipo de tendência da moda. O que ela não percebe é que as suas “inovações” e “invenções” na verdade são velhas fórmulas que nunca deram certo. Como se os métodos de luta do movimento social fossem produto da ideia de algum gênio e não de uma força coletiva que através da experiência encontrou seus meios de luta. É assim com a ideia de que existem alternativas à greve e ao piquete, é assim quando dizem que não se pode ter carro de som no ato, de que não se pode levar bandeira e muitas outras extravagâncias típicas da classe média que se pretende “cool“.

Nesse momento, a mais nova velha genialidade e invencionice é tentar descobrir um local alternativo para se fazer o ato político. Isso acontece em todos os lugares, mas em São Paulo, particularmente, chama a atenção que a esquerda pequeno-burguesa insista em chamar atos para o Largo da Batata, na região Oeste da cidade. O movimento de luta tradicional em São Paulo costuma ocorrer historicamente no centro da cidade, em primeiro lugar na Avenida Paulista, ou na Praça da Sé, ou Praça da República ou no Vale do Anhangabaú. Regiões centrais que por motivos que deveriam ser óbvios, ou seja, justamente por serem centrais, facilitam a presença das pessoas. Afinal, se um companheiro mora no extremo da Zona Leste, é obvio que a dificuldade de chegar até a Zona Oeste ou à zona Sul será maior, o mesmo valendo para o caminho oposto. Quando o ato é na região central, por mais distante que seja determinado bairro de periferia é mais fácil chegar no Centro do que num bairro extremo oposto.

Outra coisa que é preciso levar em consideração é que o centro da cidade costuma ser a passagem dos trabalhadores que estão se deslocando do trabalho para casa ou de casa para o trabalho. Justamente por ser o Centro da cidade, é uma via comum da maioria da população.

Deveria ser óbvio, mas a vontade de “inovar” da classe média a impede de enxergar a realidade.

Voltemos ao Largo da Batata. O percursor da ideia de que se deve chamar atos para essa região de Pinheiros é o líder da Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos (PSOL). Até onde sabemos, a explicação oficial dada por ele e seus seguidores é a de que é “preciso ser diferente”, só não sabemos exatamente o porquê.

A explicação real, no entanto, reside – literalmente nesse caso – no fato de que grande parte dos apoiadores do PSOL e da esquerda pequeno-burguesa em geral são moradores ou frequentadores dos bairros das imediações de Pinheiros. Bairros de classe média, próximos da USP, que fica no Butantã e principalmente da Vila Madalena, bairro boêmio preferido da classe média de esquerda da cidade de São Paulo.

E por falar em ser alternativo e “cool“, o Largo da Batata é uma espécie de extensão dos bares da Vila Madalena e de Pinheiros, frequentados pela base social de classe média dessa esquerda pequeno-burguesa. Eis a explicação de tanto esforço para ser diferente.

É preciso parar a Paulista e a região central da cidade, chamar a atenção do povo sobre o que está acontecendo e não se deixar intimidar pela ideologia da burguesia de que os “atos atrapalham a população”. Sabemos que outra característica da esquerda pequeno-burguesa é a adaptação e capitulação diante da campanha da direita. É preciso ter claro que isso é pura propaganda de quem está com medo da mobilização popular e procura leva-la de acordo com seus interesses. Não à toa, a prefeitura de São Paulo, ainda na época de João Doria, tenta impedir a realização de manifestações na Avenida Paulista.

Para os trabalhadores, no entanto, a vida não se resume a três bairros. Por isso, é preciso convocar seriamente os atos para a Avenida Paulista, reduto dos grandes movimentos políticos não só de São Paulo mas de todo o País. Há ainda um agravante. Se a moda Vila Madalena pega, a esquerda corre um risco de deixar a Avenida Paulista para a direita, o que seria um crime contra o movimento de luta dos trabalhadores. Mais do que nunca é importante ocupar a Paulista e impor de uma vez por todas a expulsão dos coxinhas das ruas!

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