Um movimento estimulado por vários atletas tem ganhado força para a defesa do parque do Ibirapuera, em São Paulo, contra a sanha privatista do tucano João Dria.
Desta feita, em defesa da prática dos esportes olímpicos pela população em geral, medalhistas como Maurren Maggi, André Domingos, Hortência, Henrique Guimarães e Diego Hypólito são alguns que já foram a público para questionar este projeto.
Principalmente depois que o complexo do Pacaembu teve a sua privatização obtida pelo tucano Bruno Covas em setembro do ano passado para a empresa Allegra por 35 anos. Ainda que seja uma concessão com data para terminar, estes capitalistas pretendem destruir o mítico Tobogã para a construção de um prédio comercial de nove pavimentos sendo quatro subterrâneos.
De modo surpreendente a 13° Vara de Fazenda Publica acatou o pedido da associação de moradores Viva Pacaembu e impediu esta destruição. Uma medida liminar que cabe recurso, contudo vale lembrar que a arquibancada já existia quando o complexo do Pacaembu foi tombado em 1986. No tobogã normalmente são ofertados os ingressos de valores mais acessíveis logo vemos como a privatização do Pacaembu ignora como os cidadãos mais pobres poderão ir ao estádio.
O que esperar da concessão do Ibirapuera? O governador tucano João Doria já avisou que as instalações aquáticas e o ginásio onde vários jovens atletas treinaram e até moraram, permitiram o surgimento de Atletas como corredor André Domingues e judoca Henrique Guimarães, vão dar lugar a um shopping e uma torre comercial, pois pelo visto para o antigo “BolsoDoria” a capital paulista ainda não tem o bastante.
A medalhista olímpica no salto em distância em Pequim, Maurren Maggi declarou ao repórter João Gabriel da Folha que “foi uma perda muito grande [a concessão do Pacaembu], mas talvez porque não tivemos atletas com voz ativa envolvidos. No caso do Ibirapuera, mexeu com o esporte olímpico, esportes que ganham medalhas treinando dentro do complexo”. Ela é mais um exemplo de uma jovem que veio do interior no caso São Carlos para treinar e morar no ginásio do Ibirapuera.
Ela, assim como outros atletas, continua na luta pelo tombamento do complexo junto com a Associação dos Amigos das Praças da Rua Curitiba e Entorno (Aprace) bem como outras organizações. Uma dos argumentos dos atletas é sua importância do complexo como berço esportivo está justamente na reunião de modalidades variadas.
A declaração de um campeão olímpico no judô revela a perda no esporte e na formação de jovens talentos que a privatização tucana do Complexo do Ibirapuera vai provocar: “A concessão não ameaça apenas o Centro de Excelência, mas sim todo um aparato esportivo formado por ginásios, pista de atletismo, parque aquático, arena de judô, quadras de tênis e salas multiesportivas que deveriam fazer parte de uma política que atendesse a projetos de inclusão, descoberta de novos talentos e estrutura adequada para atletas de alto rendimento”. Esta foi a declaração de Aurélio Miguel, ex-judoca brasileiro.
Cabe somente apoiar e estimular a mobilização tantos dos atletas como dos paulistas e paulistanos em defesa do Complexo do Ibirapuera.