As características de formação de todos os lugares, regiões e países do mundo favorecem o nascimento de tendências e paixões em sua população. É assim com os povos orientais e sua longa historia com lutas marciais, ou, claro, a paixão avassaladora que a população brasileira tem com o futebol, criado pelos ingleses e adotado de corpo e alma por nossa pátria.
Disso, decorre-se o fato de que esse esporte é o mais praticado no país, por homens, mulheres, meninos e meninas, guardados as proporções de incentivo do estado para a pratica deste esporte por esses gêneros, visto que as condições oferecidas para o futebol feminino estão muito a quem do necessário ainda, mesmo nas ligas de ponta.
No entanto, mesmo com todas as dificuldades praticamos de longe o melhor futebol do mundo desde meados do século passado, um futebol que encanta e exporta jogadores para praticamente todos os países. E isso não ocorre por que a burguesia nacional incentiva, vem por que a população ama esse esporte e não mede esforços para organiza-lo e pratica-lo em seus municípios, com ou sem qualquer incentivo.
Pelo contrario, a burguesia vê nessa paixão apenas mais uma forma de explorar e ganhar dinheiro em cima da população, para eles é apenas mais uma riqueza nacional que os capitalistas podem lucrar. Um dos grandes exemplos disso vem ocorrendo desde o fim da década de 1990, mas que se acentuou muito nos últimos 10 anos, em que não é raro vermos um atleta brasileiro despontar entre os melhores do mundo e ao mesmos tempo percebermos que ele não chegou a atuar no futebol de seu país.
Para sustentar suas ligas com atletas de ponta, o Brasil tem sido sugado ano a ano pelos clubes europeus, que especulam e levam os bons atletas brasileiros ainda na base de seus clubes. O resultado disso é que o aproveitamento de atletas da base tem sido cada vez menor, empobrecendo assim o espetáculo que o povo brasileiro tanto ama.
No entanto, durante essa pandemia e, claro, com o agravamento da crise capitalista o assédio aos clubes nacionais se reduziu e o aproveitamento de atletas da base subiu 25% nesta ultima temporada. Os principais clubes nacionais, como o Palmeiras, São Paulo, Flamengo, Corinthians e outros subiram atletas de seus times de base para a disputar os principais campeonatos nacionais e internacionais.
Apesar do espetáculo estar sem uma de suas essências, tendo em vista a ausência de público nos estádios, é nítido a evolução que houve nos jogos, estreitando a diferença entre os times nacionais e acirrando assim a disputa pelos títulos. É exemplo disso, o principal campeonato internacional do continente, a copa libertadores da américa, que terá na disputa de sua final dois times brasileiros, o Santos e o Palmeiras, que subiram vários atletas de sua divisões de base nessa temporada.
Inúmeros são exemplos dessa situação, que infelizmente ainda não é vista pelos partidos e organizações do povo como uma situação que revela o quanto o futebol nacional, apesar de extremamente vitorioso, é refém dos capitalistas nacionais e internacionais.
O futebol nacional é uma riqueza de seu povo e deve ser preservado dos interesses capitalistas, que não vem para ajudar este ou aquele clube, mas sim para explorar e dar migalhas aos clubes nacionais, e , consequentemente, isolar a população brasileira desta riqueza nacional.