O prefeito de Nova Iorque, Bill de Blasio, deu uma declaração nessa sexta-feira (10) em que admitiu que o número de mortos pela covid-19 na sua cidade pode estar subnotificado. Os números oficiais contabilizam mais de 3.500 mortes em Nova Iorque, porém o prefeito diz que não são levadas em conta as 100 a 200 pessoas que morrem em casa antes de serem testadas.
Atualmente, os EUA são o país com o maior número de casos confirmados de infecção pelo vírus corona e Nova Iorque é o estado em que se encontra a maior parte deles. A consideração do prefeito de Blasio tem a ver com o fato de que o número de pessoas testadas por milhão nos EUA é mais ou menos 7 mil, o que não é um índice tão alto, podendo ser que muitas pessoas estejam contraindo a doença sem que haja confirmação disso. Na Alemanha, em que a taxa de mortalidade do vírus é bem menor do que nos EUA, o número de testes por milhão de pessoas é de mais de 14 mil, o que demonstra um investimento maior do governo na prevenção da doença.
Se nos EUA, o país mais rico do mundo, já há um cenário preocupante de subnotificação de casos, imagine então como está a situação no Brasil, um país atrasado da América Latina sob um governo fascista inimigo do povo. Os números oficiais de infectados no país são de mais de 20 mil, com 1.141 mortes. Pode parecer um número baixo se comparado com os 550 mil infectados dos EUA e 22 mil mortes. Porém, a subnotificação da doença no Brasil é absolutamente criminosa, apenas 296 pessoas por milhão são testadas para o coronavírus. O número é tão baixo que pode-se dizer que não dá para termos a menor ideia da verdadeira situação do país.
Diante dessa situação de total descaso do governo com as vidas da população, a única saída é a classe trabalhadora se organizar para impor os seus interesses diante do governo através da luta política e da pressão popular. Um passo nesse sentido é a formação de conselhos de bairros que o PCO vem fazendo nas periferias das cidades brasileiras, o que apresenta uma possibilidade de as pessoas se reunirem e exigirem as medidas que devem ser tomadas, além de poder tomar algumas outras com seus próprios meios.