Um torcedor foi detido no domingo (4/8), na Arena Corinthians, durante o jogo Corinthians x Palmeiras, por gritar o já tradicional “suco de caju” a Bolsonaro.
O homem se manifestou contra Bolsonaro e foi levado para levá-lo à uma delegada da Polícia Civil por Policiais Militares de São Paulo e mantido lá durante todo o jogo, que o torcedor foi impedido de assistir.
Segundo o Boletim de Ocorrência, os policiais Pablo Alexandre Pires de Souza e Jaciel Ferreira da Silva abordaram Rogério Lemes quando ele xingava o presidente. Os PMs alegam que tomaram a iniciativa para “evitar um princípio de tumulto” e “utilizando de meios necessários para levá-lo à sala em que fica a Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva” dentro do estádio.
O torcedor Rogério Lemes relata que estava dentro do estádio gritando “Bolsonaro, VTNC”, quando sentiu o policial lhe dando um mata-leão. “Quando caí, me algemaram, me levaram pra uma sala e ficaram me humilhando. Estou todo dolorido”, denuncia Rogério em um post que fez no Facebook para denunciar o caso. “Hoje entrei na Arena Corinthians expondo minha opinião contra o atual governo e olha o que aconteceu: Fui preso! Humilhado! Algemado!”, desabafou.
A delegada Monia Olga Pescarmona assinou o documento, sem registrar oficialmente a versão de Rogério sobre o fato.
A Constituição Federal expressamente garante o direito de qualquer pessoa, em qualquer lugar, mandar o Bolsonaro “tomar caju”. Chama-se liberdade de opinião e expressão. Já os PMs, cometeram crime de abuso de autoridade, previsto na lei 4898 de 1965.
Recentemente, no estádio do Palmeiras, o Allianz Park, em um jogo do time da casa contra o Vasco, com sua excelência o presidente ilegítimo Bolsonaro na plateia, uma multidão o vaiou e o mandou “tomate cru” aos gritos. Ninguém foi preso.
A Secretaria de Segurança Pública emitiu nota em que esclarece que “todas as polícias de São Paulo são instrumentos do Estado Democrático de Direito e não pautam suas ações por orientações políticas. Entre as atribuições da Polícia Militar estão: proteger as pessoas, fazer cumprir as leis, combater o crime e preservar a ordem pública”, afirmando que o homem foi conduzido para o Jecrim (Juizado Especial Criminal, na Arena Corinthians, “onde foi registrado boletim de ocorrência não criminal e depois [o torcedor] liberado para voltar a assistir à partida de futebol”.
Mentira. O Rogério perdeu todo o jogo.
A extrema-direita e o governo está reagindo de maneira desesperada à impopularidade e à crise do governo Bolsonaro. Um único torcedor já causa incômodo pra eles.