Um dos principais veículo da imprensa imperialista, o reacionário jornal britânico The Guardian, publicou uma matéria sobre a recente novela da TV Globo, Segundo Sol. Contudo, o destaque não está no enredo ou na qualidade técnica e artística da teledramaturgia, mas no aspecto profundamente reacionário e racista, que este monopólio capitalista imprime em sua atração no horário nobre. A questão gira em torno do fato de a rede Globo realizar o embranquecimento do Estado da Bahia, Estado com maior população negra parda de todo o mundo, fora a África, logicamente.
O jornal imperialista chama a atenção para o caso, em que a maioria das atores são pessoas brancas e apenas uma minoria ínfima de atores negros. Dos 27 atores que compõem o elenco, apenas 3 são negros.
Com o cinismo típico do periódico da burguesia imperialista britânica, este lança um olhar crítico ao monopólio da burguesia brasileira em estreita associação com o imperialismo mundial por conta da representatividade, ou mais precisamente pela falta dela.
A crítica vem no momento em que os súditos da coroa britânica festejam um casamento real, em que uma moça de ascendência africana entra para a Casa de Windsor. Uma clara jogada de marketing da burguesia na tentativa recuperar um pouco da popularidade da monarquia completamente decrépita e desacreditada.
Alguns poderiam confundir-se e indagar: seria a imprensa imperialista britânica e a monarquia mais democráticas e menos racista que o monopólio golpista brasileiro? Naturalmente que não. Trata-se da demagogia democrática veiculada pela imprensa imperialista. Tanto a concepção profundamente racista da Rede Globo, que demonstra seu desprezo pela população negra abertamente, quanto o apoio deste mesmo periódico imperialista a monarquia britânica, uma forma reacionária de governo, ultrapassada pela história e que se mantêm apenas como meio eficaz de oprimir o povo e controlar a esquerda, são faces da mesma política racista da burguesia imperialista mundial contra os negros e os demais e demais povos e nacionalidade oprimidas do mundo inteiro.