No Mato Grosso do Sul, ao menos 502,3 mil estudantes estão estudando em casa, devido a crise do coronavírus e a suspensão das aulas no Estado. De acordo com o Correio do Estado, a Secretaria de Estado de Educação (SED) informa que são 210 mil alunos da rede estadual com aulas adiadas até o dia 3 de maio, conforme decretado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Na capital Campo Grande, a Rede Municipal de Ensino (REME) conta com 108 mil alunos estudando em casa. Nas escolas particulares, são 155 mil o número de estudantes nessa mesma situação.
No ensino superior, o ambiente virtual também está sendo utilizado em larga escala. No Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) são 11,1 mil, enquanto que na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) são 8,2 mil. Já na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), 10 mil estudantes têm aulas nas plataformas EAD.
Enquanto a esquerda continuar com a sua política de “home office” e de ficar em casa esperando por alguma medida efetiva de combate a pandemia do governo golpista de Bolsonaro, os ataques a população irão continuar progredindo. Os estudantes são sempre um dos setores mais passíveis de receber esse tipo de ataque. Sem uma mobilização convocada e organizada pela vanguarda dos movimentos estudantis não há possibilidade alguma de combater esse tipo de ataque da direita.
O Ensino a Distância não deve ser visto sequer como um paliativo contra a pandemia, mas sim como um ataque. A modalidade EAD é um dos grandes projetos do neoliberalismo para sucatear e destruir a educação pública, como forma de “cortar gastos” e desorganizar qualquer tentativa de movimentação política dentro dos meios estudantis. As universidades e as escolas são espaços consolidados para debates, para discussão política e para mobilização dos setores constantemente atacados como os estudantes e os professores. O EAD ainda contribui para o desemprego dos demais funcionários nas instituições de ensino, como porteiros, inspetores, funcionários de limpeza, cozinheiros, etc.
Além de dificultar o acesso ao ensino para as camadas mais pobres da sociedade, muitas vezes devido ao fato desses sequer terem acesso a internet, também acaba com um espaço alternativo de convivência social. Setores da população que não possuem condições mínimas de alimentação, encontram nesses espaços o direito a uma ou duas refeições diariamente.
O EAD não pode ser utilizado para tentar manter minimamente as instituições educacionais funcionando. A crise do coronavírus não pode e não será resolvida pelo governo golpista . É necessário suspender os calendários escolar e universitário e organizar uma luta efetiva contra o governo Bolsonaro, mobilizando estudantes e os setores mais atacados da população para que possam lutar pela sua sobrevivência em meio à pandemia e à aguda crise econômica que assola o país.