O Porta dos Fundos, canal de humor com bastante popularidade nas redes sociais e que agora está sendo transmitido pela plataforma NetFlix, foi atacado com duas bombas por volta das 4 horas da manhã, no bairro Humaitá, no Rio de Janeiro, no dia 24, véspera de Natal. O ataque incendiário só não foi trágico, graças à presença de um segurança da produtora, que evitou as chamas de se espalharem pela edificação.
Não foi por acaso. As bombas acabaram sendo a materialização da sequência de ataques, virtuais, petições e ações na justiça que os integrantes e a produtora do grupo de humor vêm sofrendo após protagonizarem um especial de Natal retratando Jesus Cristo homossexual. É claramente um caso de ataque fascista contra o grupo.
A violência empregada ao grupo de humor provém provavelmente de correntes religiosas fundamentalistas, mas obviamente de um resultado direto do bolsonarismo e do golpe de Estado. Ao terem seus processos negados na justiça, como uma juíza mesmo relatou que “seria inequivocamente censura” caso o especial de Natal fosse retirado o ar, o grupo fascista, bem ou mal organizado, decidiu incendiar a sede da produtora.
Obviamente, que não é um caso isolado. Está claro que é fruto do avanço do fascismo, não só do armamento de grupos fundamentalistas, mas do ataque físico, da ofensiva dessa minoria contra a liberdade de expressão, contra a cultura, e contra qualquer ideologia progressista, capaz de romper com o golpe, criticar o bolsonarismo e atacar o regime da extrema-direita.
É neste momento que, antes mesmo que os grupos fascistas se organizem ainda mais, se armem e voltem a atacar, é dever de toda a população, dos trabalhadores da cultura, mas um dever principalmente da esquerda de organizar a autodefesa, para contra atacar em todas as instâncias diante do aparecimento da extrema-direita.
No Brasil, principalmente desde o golpe, a extrema-direita vem se desenvolvimento com ataques às sedes de sindicatos, partidos, embaixadas, a cidadãos e políticos como o caso de Marielle Franco, dos disparos armados contra as caravanas de Lula e em manifestações populares.
É hora de organizar, agrupar os ativistas em comitês de autodefesa, e agir para barrar e baixar a cabeça do fascismo, se precisar, respondendo na mesma moeda.