Intervenções da Justiça do DF e do governador do Mato Grosso nesses primeiros dias de agosto contra greves e manifestações de trabalhadores mostram que as engrenagens do golpe de Estado avançam a todo vapor em consonância com a política fascista de perseguição aos movimentos populares, indígenas, sem-terras, entre outros, promovidas pelo governo fascista de Bolsonaro.
O governador do Mato Grosso Mauro Mendes, do Democratas, antiga ARENA, o partido da ditadura militar de 64, não satisfeito com a decretação da ilegalidade da greve da Educação e a obrigação do retorno ao trabalho em 72 horas pela Justiça – a greve já dura mais de 70 dias – conseguiu uma segunda liminar que proíbe quaisquer manifestações públicas em todo o Estado, sob pena de multa diária de 100 mil reais ao Sindicato da categoria e, ainda, autorizou o uso da repressão policial contra as manifestações.
No Distrito Federal, o desembargador plantonista Humberto Ulhôa acolheu pedido do Minisitério Público do DF, por solicitação da Secretaria de Justiça e Cidadania do governo local, e decretou a proibição da greve dos agentes socioeducativos.
Ambas as situações nada mais significam do que o avanço do estado policial contra os sindicatos após o golpe de Estado de 2016 e que muito se intensificou a partir do início do ano com a posse do governo de extrema-direita eleito pelo fraude e manipulação. Uma das primeiras medidas foi a extinção do Ministério do Trabalho e a divisão de suas prerrogativas entre os ministérios da Justiça e da Economia, foi uma das principiais medidas. Se Paulo Guedes abocanhou os recursos bilionários do FGTS e do FAT, coube ao ministro policial da Lava-Jato, Sérgio Moro, a tarefa de promover uma versão lava-jato para os sindicatos
Bolsonaro, assim como todo movimento fascista, tem como objetivo central a destruição das organizações dos trabalhadores da cidade e do campo e, nesse sentido, conta com uma ampla rede de apoio entre governos estaduais e as diversas instâncias do Judiciário. Mesmo com toda a crise que corrói o regime político golpista, a começar pelo próprio governo, o crescimento da repressão contra os movimentos sindicais e populares são absolutamente patentes.
A derrota do governo Bolsonaro, assim como de todo regime golpista instalado no país é uma condição fundamental e única para impedir o desmantelamento das organizações do trabalhadores. Essa condição não passa por nenhum tipo de acordo com os partidos e políticos apoiadores de primeira hora do golpe de 2016. Apenas uma intervenção independente dos trabalhadores, com a mobilização das amplas massas pelo “Fora Bolsonaro” e de todo o regime golpista, é que pode apontar uma saída progressista para o País e para a esmagadora maioria da população.