Na noite da última segunda-feira (14), dois “ativistas” do Escola com Fascismo foram retaliados por um grupo (supostamente de estudantes) ao saírem de um debate na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).
O fascista André Almeida relatou à coluna da jornalista Mônica Bergamo, da golpista Folha de S. Paulo, que o grupo de cerca de cinco pessoas falou para ele retirar a camisa que estava vestindo, que tinha na estampa a frase “Movimento Conservador” e a bandeira do Brasil. Ele teria sido “agredido” e levado para o hospital, acompanhado pelo deputado estadual Douglas Garcia (PSL).
Logicamente que ele omitiu as provocações e ameaças feitas por eles e seus aliados de grupos de direita aos estudantes, nesta e em outras oportunidades.
Em depoimento à colunista, ele contou sua versão, a versão de “valentões” que mostram sua “coragem” quando se trata de agredir mulheres, negros e homossexuais indefesos, quando estão em bandos. Segundo ele, “de repente um chegou e falou ‘Vai, filho da puta’ e deu (um soco). Eu tirei o rosto e pegou de raspão. E empurrei. Aí rodeou uns quatro ou cinco, não sei agora o número exato, falando ‘Vai, filho da puta. Tira a camisa aí’.” E continuou: “Me deram uma gravata, fizeram eu arrancar a camiseta, aí eu vi ela (a mulher que o estava acompanhando) e saí correndo atrás dela, porque eles estavam indo pra cima dela.”
Depois disso, ele relatou que “começou a sessão de espancamento. Murro, um cara com soco inglês dando soco na minha cabeça”.
Após o ocorrido, houve um alvoroço e, ainda de acordo com a coluna de Bergamo, um assessor de Garcia orientou um grupo de cerca de 40 membros do Escola com Fascismo a não irem para o metrô sozinhos, mas em grupo, evidenciando que eles compareceram ao evento com um grupo de provocadores, direitistas, defensores da destruição do ensino público, da censura nas escolas e universidades e outras posições que a direita quer impor, fazendo trabalhadores e estudantes recuarem da luta por seus direitos.
A extrema-direita (da qual fazem parte os seguidores do Escola com Fascismo) se acostumou a agredir trabalhadores, mulheres, LGBTs, estudantes, deficientes físicos e militantes de esquerda que se encontravam sozinhos. No auge do movimento golpista, em 2015, foram inúmeros os ataques (muitos dos quais terminaram em assassinato).
Agora, quando são confrontados com a reação estudantil, com a devida revolta dos estudantes, correm e ficam choramingando.
O “Escola com Fascismo” é um dos maiores ataques contra os estudantes, professores e toda a comunidade escolar e universitária. Representa a volta da ditadura nas instituições de ensino, uma tentativa perigosa da direita de censurar, perseguir e mesmo prender aqueles que podem ser um empecilho para a dominação dos golpistas, a privatização das universidades públicas e o imperialismo.
Os estudantes do Brasil inteiro devem se organizar para colocar os fascistas para correr das escolas e universidades. Em outros estados também já foram relatadas ações de autodefesa dos alunos, é preciso ampliar esse movimento com a organização de comitês de luta contra o golpe e de autodefesa nas universidades, para impedir que os fascistas – que são os maiores inimigos do movimento estudantil – tomem conta dessas instituições.