Nesta segunda-feira, dia 15 de abril, a deputada federal Tábata Amaral, eleita nas ultimas eleições pelo PDT, participou de um evento patrocinado pela imprensa burguesa e golpista e, mais uma vez, fez coro com as declarações da extrema-direita. De acordo com a deputada, ao ser interpelada pelos repórteres da Revista Veja (um dos principais veículos da burguesia golpista no Brasil), a polarização politica que tem definido a situação política no Pais é ruim politicamente.
O evento, intitulado Fórum VEJA EXAME 100 dias de governo, tinha o objetivo de debater os primeiros 100 dias do governo de Jair Bolsonaro, sobretudo as questões ligadas à educação no Brasil. Como tem sido a regra entre os representantes da esquerda pequeno-burguesa, a deputada do PDT não perdeu a oportunidade de fazer de sua intervenção uma réplica do discurso veiculado justamente pelos golpistas e pela extrema direita, colocando a culpa do desastre econômico e social que o país vive no debate polarizado que ocorre no legislativo. Segundo a fala da deputada reproduzida na própria Revista Veja “Essa coisa de esquerda e direita faz muito mal para o Brasil não só porque ameaça a democracia, mas porque rouba tempo precioso de discussões que realmente importam”.
O problema central é que o discurso que visa suprimir o debate político entre as distintas correntes ideológicas e colocar esse debate como um “obstáculo” é amplamente utilizado justamente pela extrema-direita, além de ter sido historicamente utilizado pelos próprios grupos fascistas na Itália e na Alemanha, com o objetivo de ampliar a censura no país e perseguir os grupos e organizações de esquerda que buscam fazer a oposição a Bolsonaro nas ruas. A ideia de se posicionar acima da discussão entre esquerda e direita, ou mesmo de evitar o posicionamento político aberto, é uma marca dos grupos e personagens políticos oportunistas que não tem nenhum interesses de levar adiante a luta dos trabalhadores e oprimidos, mas buscam apenas fazer demagogia no parlamento e a manutenção dos seus cargos.
A burguesia e a extrema-direita, assim como seus aliados dentro da pequena-burguesia, buscam mascarar a luta de classes através de posicionamentos confusos que divergem do sentido real da política: a luta entre as classes sociais pelo poder político. Esse discurso não passa de pura besteira e demagogia política utilizada de forma oportunista por uma ala da esquerda burguesa que está mais próxima de Bolsonaro do que da classe operária e se distancia da luta política em nome da luta eleitoral.
A polarização política do Brasil, devemos esclarecer, é fruto do acirramento das contradições de classe que se tornaram cada vez mais intensas na medida em que o Golpe de Estado avançou no país. A derrubada do governo petista, a prisão de Lula e a sequência de ataques aos direitos dos trabalhadores que a burguesia vem levando adiante colocam em choque as organizações populares e as instituições burguesas e ai a polarização surge. Negar a polarização, ou mesmo tentar evitá-la, é justamente o plano dos golpistas que querem desmobilizar a luta contra o regime político e o governo da extrema-direita.