A direção da prisão de Ramsey County, em Minnesota nos EUA determinou que somente policiais brancos podem ter contato com Derek Chauvin, policial preso pelo assassinato de George Floyd no final de maio. De acordo com a imprensa norte-americana, a decisão gerou protestos de policiais negros e latinos que teriam se sentidos discriminados.
Para além deste fato, a decisão dos supervisores da prisão mostra, em primeiro lugar, a política defensiva e o medo daqueles que controlam o sistema prisional norte-americano, historicamente racista e assassino contra os negros, diante da enorme mobilização e revolta contra a morte de George Floyd.
As manifestações demonstraram, por exemplo, a profundidade da crise política, social e econômica da sociedade norte-americana. A polarização manifestada no alto grau de radicalização dos protestos, nos casos em que ativistas de extrema-direita foram literalmente e devidamente espancados pelos manifestantes negros e jovens no meio das ruas, é um indício de que há qualquer momento alguém poderia querer fazer justiça com as próprias mãos contra Chauvin na prisão.
Em segundo lugar, a medida adotada pelos diretores da prisão demonstra, como já dissemos anteriormente, o caráter abertamente racista do sistema prisional norte-americano. Um policial branco mata covardemente um homem negro no meio da rua, vai para a prisão e recebe toda a proteção do sistema, com uma guarda particular formada somente por policiais brancos, provavelmente policiais escolhidos a dedo, tão racistas e fascistas quanto Chauvin.
Mas e se a história tivesse sido diferente. E se ao invés de Chauvin com sua guarda de brancos, fosse Floyd que estivesse preso. Vamos imaginar que George Floyd tivesse reagido à violência policial e tivesse matado Dereck Chauvin. Será que o homem negro teria o mesmo tratamento do policial branco? Será que ele teria uma guarda particular formada por policiais negros? A ele seria dado os mesmos cuidados e as mesmas proteções? Certamente não. Se a história tivesses sido outra, Floyd hoje ou já estaria morto, ou estaria sendo vítima de inúmeros linchamentos e espancamentos no interior de alguma prisão norte-americana. O mesmo tratamento de cachorro que é destinado a milhares de negros que são obrigados a amargar o sistema prisional norte-americano.
Acima de tudo, este caso revela a falência do regime político norte-americano, um regime altamente opressor, de características fascistas, contra a população pobre em particular contra os negros. É preciso aprofundar ainda mais as mobilizações, intensificar a luta política pela derrubada de todo este regime de massacre contra o povo.
