Um relatório publicado pela Organização das Nações Unidas, a ONU, revelou que em 2017, cerca de 90 mil mulheres em todo o mundo foram vítimas de feminicídio. Os dados estão diretamente vinculados com a situação política mundial, ou seja com o avanço da extrema-direita em vários países do mundo.
Desde o início da década, após a crise econômica de 2008, vem se acentuando a crise do regime imperialista mundial. Dentre outros fatores, a crise levou o imperialismo a adotar uma política de golpe de estado contra governos de esquerda, ou até mesmo de direita, mas de caráter nacionalista, em diversos países atrasados do globo. Foi assim no Egito, na Ucrânia, na Tailândia, Líbia, Honduras, Paraguai, Brasil, mais recentemente na Bolívia, e na Venezuela onde o processo golpista encontra-se em um impasse.
Nesses países o golpe de estado levou ao crescimento da extrema-direita, como foi o caso da Ucrânia, onde setores abertamente fascistas chegaram a controlar o poder, e o próprio caso do Brasil. Mesmo nos países centrais, a crise do regime tradicional de dominação, tem levado ao crescimento da extrema-direita. Podemos citar como exemplo, o próprio EUA, a Espanha, a Itália, a Alemanha, entre outros países.
O avanço destes setores e suas políticas abertamente reacionárias e conservadoras causam impacto não apenas na vida política e econômica de cada país, mas também em todas as relações humanas. A defesa de uma maior repressão contra o povo, contra os setores mais oprimidos, da retirada de todos os direitos da classe trabalhadora, de leis mais duras, de perseguição e esmagamento das organizações de defesa dos explorados, todos estes e outros fatores contribuem para o aumento da violência contra os setores mais pobres e oprimidos, como é o caso das mulheres, dos negros, das comunidades nativas, LGBTs, entre outros.
Neste sentido, o aumento do número de mortes de mulheres está diretamente relacionado com este contexto político mundial, portanto, a luta deve ser travada no terreno político. É preciso organizar a luta das mulheres, e de todos os oprimidos, contra a extrema-direita e contra o próprio regime imperialista em decadência.