De acordo com um levantamento realizado em São Paulo pelo sítio G1 e pela Globonews, no 1º trimestre de 2019 os casos de assassinatos de mulheres aumentaram 76% na cidade. Foram 37 vítimas. No mesmo período do ano passado, foram 21. Deste total, oito em cada dez mortes aconteceram dentro de casa e, dos 37 casos registrados, 26 são de autoria conhecida como ex-namorados e maridos e por motivos como a separação. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública “todos os casos registrados no período tiveram a autoria identificada e 19 criminosos já foram presos”.
Em fevereiro, foi divulgada uma pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O resultado evidenciou que 10% das mulheres vítimas de algum tipo de violência foram até a delegacia.
Para Samira Bueno, diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o registro dos “feminicídios” de autoria conhecida cresceu. De acordo com ela: “Como os feminicídios íntimos já estavam sendo registrados de forma adequada, veja que é quase tudo de autoria conhecida, podemos afirmar que está crescendo a violência doméstica e, consequentemente, o feminicídio íntimo”, disse.
Embora haja uma grande campanha por parte da imprensa burguesa e da esquerda pequeno-burguesa, as mulheres não devem se enganar e acreditar que, denunciando às autoridades, a violência contra elas irá diminuir. O Estado não atende às suas necessidades ao punir os possíveis agressores. Atende somente à necessidade da burguesia de realizar uma limpeza social, aprisionando um número cada vez maior de pessoas em sua política fascista de controle da população.
As autoridades do Estado não estão do lado das mulheres. Basta ver que a polícia é um órgão de repressão contra o povo, especialmente contra a população feminina. Nas favelas, quando há operações policiais ou militares, sempre há registros de todos os tipos de barbaridades contra as mulheres, como estupros e assassinatos. A Justiça é a mesma coisa, sendo esse o mais reacionário de todos os poderes da República, comandado com mão de ferro pela oligarquia há mais de um século.
Esse aumento de casos de mulheres assassinadas é fruto da política de estímulo à repressão e perseguição à mulher do governo ilegítimo de Bolsonaro que, por sua vez, é uma expressão do crescimento do fascismo. Sua base social fascista trata a mulher com uma intensa opressão, assim como faz com os demais setores mais indefesos da sociedade, como os gays, negros e índios.
Por isso mesmo uma luta real contra o aumento da violência contra a mulher passa pela auto-organização desse setor, unindo as mulheres à classe operária e demais camadas oprimidas, porque somente a Revolução – cujo principal agente é o proletariado – pode libertar a mulher da opressão. É preciso levar adiante uma luta contra a extrema-direita e o Estado, principais inimigos das mulheres, formando comitês de autodefesa, de luta contra o golpe e se unindo aos movimentos populares para uma ampla mobilização que derrube Bolsonaro e o golpe em seu conjunto. Por um governo da classe operária, que, ao se libertar, liberta também as demais camadas subjugadas pelo Estado burguês!