O presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar (Sintraf), Aluísio Sampaio, foi covardemente assassinado dentro do sindicato no último dia 11 de outubro. O assassinato ocorreu no distrito de Castelo dos Sonhos, município de Altamira, sudeste do Pará, onde o sindicalista foi assassinado com dezenas de tiros na cabeça por dois pistoleiros.
O sindicalista era reconhecido na região por atuar na causa dos posseiros e trabalhadores sem-terra, contribuindo enormemente com o MST na região. Diversos assentamentos foram criados sob a liderança de Aluísio, o que resultou na ameaça constante de morte por fazendeiros e grileiros. Por causa das constantes ameaças, Aluisio andava sempre com coletes a prova de balas, mas na hora do crime não estava de colete e os tiros foram dados a queima-roupa na cabeça da liderança sindical.
A região da BR-163 é de constantes conflitos de terra, já que grandes grileiros de terra atuam na região para expulsar os posseiros e trabalhadores sem-terra que estão as margens da rodovia.
A rodovia é extremamente importante para a exportação de soja do Estado do Mato Grosso e sofre com a grilagem de terras em suas margens, onde foi criada a Floresta Nacional do Jamaxim para evitar o desmatamento e a expulsão de famílias posseiras que vivem do extrativismo de suas terras.
Os latifundiários e grileiros de terra atuam para expulsar as famílias de posseiros e sem-terra da região, mas também as utilizam para adentrar dentro das áreas de conservação ambiental e acirrar os conflitos nessas regiões e também eliminar as áreas de conservação ambiental e de comunidades tradicionais.
O assassinato do sindicalista é fruto do acirramento dos conflitos no campo oriundo da ofensiva da direita fascista e que vai piorar com a capitulação de toda a esquerda diante das eleições fraudadas que podem levar ao poder o fascista Jair Bolsonaro.
É preciso acabar com o discurso pacifista e de diálogo com latifundiários e a direita fascista e criar comitês de autodefesa dos trabalhadores do campo para derrotar os latifundiários, a extrema direita e os golpistas nas ruas.