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As supostas “vítimas” de Cesare Battisti: assassinos e torturadores fascistas

Da redação – Cesare Battisti está sendo perseguido há quase 40 anos apenas e tão somente por se opor à direita. Ele é considerado um “criminoso” exclusivamente por ter feito oposição política a um regime altamente opressor e de extrema-direita.

O pesquisador Carlos A. Lungarzo, em seu livro “Os Cenários Ocultos do Caso Battisti”, apresenta uma investigação extensa e minuciosa baseada em documentos oficiais da Itália, relatórios de ONGs, jornais e documentos públicos das décadas de 1970 e 1980, além de entrevistas com testemunhas oculares, que desmentem as acusações injuriosas da imprensa burguesa contra ele.

Battisti foi acusado sem provas pela justiça fascista italiana de ter cometido quatro assassinatos entre 1978 e 1979, os quais ele nega até hoje.

De acordo com Lungarzo, apoiado em suas investigações, a “pretensa culpabilidade de Battisti” foi “forjada pelos delatores e os magistrados”. As sentenças contra ele e outros militantes do Proletários Armados para o Comunismo (PAC – grupo ao qual ele pertencia até 1978) proferidas em 1981 e 1983, ao contrário das outras, não tiveram o mínimo de difusão por parte das autoridades e da imprensa italiana, justamente porque mostram que Battisti foi acusado somente de “crimes políticos” e não de homicídio. Isto é, ele é um perseguido político.

Para conseguir extraditar Battisti para a Itália, em 2004 a França teve acesso a documentos do Estado italiano que mostram que, nas sentenças de 1981 e de 1983, a acusação contra ele é de ter cometido delitos políticos. Foi apenas depois de 1983, com a sentença de 1988, que se incluiu o crime de homicídio (apesar de não ter havido indiciamento, denúncia e acusação, que são as etapas anteriores a uma condenação). Isso só ocorreu após a captura de Pietro Mutti (um dos líderes do PAC), que, após ser torturado, delatou Battisti acusando-o de estar envolvido em assassinatos.

Como é possível constatar pelos acontecimentos dos últimos anos no Brasil, na operação golpista Lava Jato as delações têm sido usadas para incriminar, sem provas e através de suborno e chantagem sobre os delatores, os “inimigos” políticos da direita golpista, como o ex-presidente Lula. Na Itália, tudo indica que Mutti tenha sido forçado (sob tortura e tendo a vida em risco) a mentir sobre Battisti.

A justiça italiana não permite o acesso ao arquivo dos processos do PAC e os documentos e supostas “provas” são mantidos em sigilo. Qual o motivo de mantê-los em “sigilo”? Provavelmente, é porque eles nem mesmo existem.

As “pobres” vítimas das execuções eram, na verdade, torturadores, assassinos e fiéis colaboradores de organizações fascistas e do próprio Estado italiano, herdeiro da ditadura de Mussolini. A seguir, exibimos informações das “vítimas”, colhidas na investigação de Lungarzo e apresentadas em seu livro:

Antonio Santoro, assassinado em 1978, era chefe dos carcereiros da prisão de Udine, onde Battisti fora mantido preso. Foi descrito em vários documentos como organizador de torturas e violador dos direitos dos presos. As autoridades registraram diversas denúncias de presos e seus familiares contra ele. As delações e os comentários dos juízes são divergentes sobre seu assassinato.

Lino Sabbadin, morto em 1979, era açougueiro do Vêneto e filiado ao mais tradicional grupo fascista herdeiro de Mussolini, o Movimento Social Italiano (MSI), segundo o próprio jornal de direita Il Giornale. Esse grupo paramilitar executava a sangue-frio pessoas marginalizadas, como mendigos e delinquentes. Segundo Lungarzo, Sabbadin também era membro do grupo parapolicial Maioria Silenciosa, que atacava sindicalistas e estudantes em piquetes.

Pierluigi Torregiani, morto também em 1979, era joalheiro em Milão e também integrava a Maioria Silenciosa. Andando em locais perigosos com joias caras, ele procurava o confronto com assaltantes a fim de matá-los, sempre portando armas e vestindo coletes a prova de balas, de acordo com o jornal La Reppublica.

Quase todos os jornais importantes da Itália (como La ReppublicaCorriere della SeraIl Giornale e La Notte) noticiaram um tiroteio em um restaurante de Milão provocado por Torregiani, quando dois assaltantes haviam entrado no local e rendido os clientes. O joalheiro, então, junto com um amigo, matou um dos assaltantes e um comerciante, além de ferirem outros dois homens, conforme coincidem muitos analistas em suas versões do ocorrido.

La Notte e o La Reppublica chamavam Torregiani de “xerife pistoleiro” e “jagunço”. Ele exibia orgulhosamente em sua joalheria a foto do cadáver do ladrão que ele matou no restaurante. Ou seja, era um carniceiro fascista.

Andrea Campagna, também executado em 1979, era motorista da Divisão de Investigações Gerais e Operações Policiais (DIGOS), um departamento investigativo da polícia. Como motorista policial, ele levava os detidos do PAC entre a prisão e o tribunal de Milão. Militantes o acusaram de torturar os prisioneiros que ele deslocava.

 

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