O fim do governo Bolsonaro está na ordem do dia. Mesmo setores da burguesia já discutem abertamente um impeachment por meio dos jornais dos capitalistas, e parlamentares já aventam apresentar pedidos de impeachment no Congresso, embora isso não passe de uma promessa por enquanto. Em qualquer caso, a pressão sobre o governo é forte e a crise aumenta dia após dia. A ponto de o impeachment começar a ser amplamente discutido, o que é uma forma de colocá-lo como opção no cenário político.
No entanto, a discussão de saídas parlamentares e institucionais para a crise política da direita não está sob controle dos trabalhadores. A população não tem nenhum controle sobre um eventual processo de impeachment, que, caso acontecesse, provavelmente não seria nada além de uma manobra da burguesia para tentar contornar a crise do regime político. Da mesma forma que aconteceu com as eleições de 2018, controladas e manipuladas pela burguesia para apresentar um candidato de direita como se tivesse sido “eleito” no final, graças a uma série de fraudes durante todo o processo eleitoral, desde impedir o principal candidato de participar até a apreensão de materiais de campanha, passando por acusações de corrupção forjadas para aparecerem em um momento decisivo da votação.
É positivo que a situação obrigue a direita a discutir um possível impeachment, mas é preciso ir além disso. Para derrotar Bolsonaro e a direita golpista, os trabalhadores devem recorrer à mobilização nas ruas e às greves. É preciso organizar grandes protestos de massas e exigir o fim do governo, em torno da palavra de ordem Fora Bolsonaro! Além disso, é preciso exigir novas eleições gerais, para que o povo possa decidir efetivamente, dessa vez, quem serão seus representantes, sem uma nova fraude eleitoral. E para isso Lula deve estar livre para ser candidato, e deve ser candidato. Por isso deve-se exigir também eleições gerais com Lula candidato.