Para concorrer às eleições municipais de 2020, o PSOL decidiu lançar a candidatura de Guilherme Boulos e Luiza Erundina à prefeitura de São Paulo. Embora apresentada como uma chapa que estaria à esquerda do PT, tanto Boulos como Erundina são meros representantes da política ultra-oportunista da “frente ampla” com a direita golpista.
Luiza Erundina tem histórico conhecido: saiu do PT para entrar no governo de Itamar Franco, foi candidata pelo PSB tendo Michel Temer como vice, reprimiu a greve da CMTC etc. O caso de Boulos, embora seja uma personagem mais recente na política nacional, não difere muito.
Há alguns meses, quando a esquerda pequeno-burguesa, iludida, acreditou que a burguesia estava prestes a derrubar o governo Bolsonaro, Guilherme Boulos assinou uma série de manifestos ao lado da direita e até mesmo da extrema-direita. Elementos como Luiz Felipe Pondé e Demétrio Magnoli, afinal, nada mais são do que a expressão, na intelectualidade, do avanço da extrema-direita. Boulos também chegou a participar de um “ato virtual” que reuniu figuras desprezíveis como Fernando Henrique Cardoso. Nesse evento, Michel Temer também foi convidado, mas declinou o convite.
Essas aparições, em si, já demonstram uma relação de Boulos com a direita. Ou pelo menos uma tentativa de estabelecer uma relação. Contudo, em alguns municípios, essa relação é muito mais profunda do que aparece na superfície.
Na cidade paulista de Taboão da Serra, a professora Nil Felix tem utilizado a imagem de Guilherme Boulos para se promover, conforme vemos na imagem abaixo:
Para os que não conhecem, a professora Nil Felix não é uma militante do movimento dos sem-teto ou uma liderança popular, mas sim uma figura tradicional da direita de Taboão da Serra. Nil Felix está hoje filiada ao PTB, partido do fascista Roberto Jefferson e que foi oferecido, há menos de três meses, como abrigo para o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, que segue sem partido.
Nil Felix também é pré-candidata a vereadora e está fazendo sua campanha com o tucano Engenheiro Daniel, outra figura da direita local. Ele, inclusive, foi secretário do município, governado pelo PSDB, e está sendo apoiado pelo atual prefeito, também do PSDB.
A “revolução cidadã” de Boulos e Erundina não passa da política reacionária da aliança com os setores que derrubaram Dilma Rousseff e sustentam o governo Bolsonaro. É preciso passar por cima dessa política e organizar os trabalhadores uma frente real de luta contra a extrema-direita e todo o regime político golpista.