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Conciliação vs Mobilização

As propostas da UNE e o programa da AJR

Em contraste com o programa combativo da AJR, a UNE segue adotando uma política capituladora frente ao ensino a distância e aos ataques aos estudantes de universidades privadas

Nesta terça feira (23/06) a UNE, União Nacional dos Estudantes, publicou propostas de combate a evasão nas universidades privadas em suas redes, já a AJR, Aliança da Juventude Revolucionária, lançou no mês de maio o seu programa de lutas para combater o covid 19 e seus impactos na juventude. É fácil observar a diferença entre ambos, mas uma maior análise é necessária para compreender quão capituladora é a política da atual direção da organização estudantil mais importante do país.

A primeira proposta é a pior de todas, a redução das mensalidades pois os estudante estão pagando por aulas presenciais e recebendo o EAD, ensino a distância, a UNE pede transparência com os gastos e desconto para os estudantes. O fato que a UNE e a UBES, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, não estão colocando todos as suas forças na luta contra o EAD que é o principal método do governo de ataque a educação é absurdo. Esse ataque foi anunciado na própria campanha de Bolsonaro em 2018 e é óbvio que a pandemia é apenas uma desculpa para implantá-lo, as escolas e universidades privadas foram as primeiras, mas o EAD já atinge as escolas públicas e está avançado a passos largos para as universidades.

O programa da AJR tem como sua primeira reivindicação:”Não ao Ensino a Distância (EAD) em todos os níveis, pelo cancelamento do semestre. Volta as aulas só quando for seguro. Fechamento das escolas que ainda estão funcionando.” Ao contrário da UNE a AJR entende que a realidade do brasileiro não permite que exista o EAD e também que ele configura um enorme ataque aos jovens e aos profissionais da educação. Aceitá-lo, mesmo que com descontos é abrir margem para que esse modelo, imposto pelo FMI, se torne o padrão no país, além é claro de piorar muito a qualidade da educação atualmente.

O nosso programa segue em outro ponto: “Pelo fim do ensino pago, contra o desligamento dos estudantes das universidades e das escolas privadas durante a pandemia. Não à cobrança de mensalidades com as aulas paralisadas.” A AJR defende a suspensão do pagamento das universidades e escolas e não apenas um desconto. Em nenhuma circunstância os estudantes devem pagar pela crise seja com uma piora do ensino, seja com as mensalidades sem aulas, os empresários da educação tem os recursos para aguentar meses sem receber, e caso não tenham, suas empresas podem ser estatizadas, o que seria positivo tanto para os estudantes quanto para os profissionais da educação.

A questão do fim do ensino pago pode ser compreendida com o ponto seguinte do programa: “Pela estatização de todo o ensino em todos os níveis. Educação pública e de qualidade para todos.” A UNE deveria ter como sua pauta geral a educação de qualidade para todos os brasileiros e isso só pode acontecer com a estatização. O ensino privado não só é pior que o público como é a maior causa de seus problemas, visto que, é das grandes empresas de educação que saem todos os ataques ao setor público de ensino.

A segunda proposta da UNE é o auxílio emergencial para os estudantes, que pode ser um bom programa de governo, caso não seja uma transferência de verbas para as mensalidades que ainda estão sendo cobradas. E a terceira é a suspensão de demissões de estagiários durante a pandemia, uma proposta boa porém incompleta, a AJR defende: “Nenhuma demissão e salários dignos para jovens aprendizes e estagiários. Salário igual para trabalho igual. Os estagiários e aprendizes que exercerem as mesmas funções que trabalhadores efetivos devem ganhar os mesmos salários.”

Os estudantes não devem ter menos direitos que os trabalhadores mais velhos apenas porque são jovens e mais passíveis de serem explorados, além de não serem demitidos, os estagiários e jovens aprendizes devem ter seus salários aumentados para o patamar dos trabalhadores. Somado a isso a AJR também reivindica:Pelas 35 horas de trabalho semanal e escala móvel de trabalho. Contra o desemprego na juventude. Nada de carteira verde-amarela.” Assim levantando um programa mais completo para os trabalhadores jovens que sofrem as mais altas taxas de desemprego do país.

A quarta proposta da UNE, que é a principal, não foi publicada nesse manifesto, mas pode ser observada todos os dias em suas ações, é a sua política conciliadora e desmobilizadora. A UNE segue defendendo a frente ampla com os direitistas golpistas e os atos apenas online, tentando desmobilizar os estudantes, canalizando suas energias para panelaços, petições e tuitaços. Frente a isso a AJR apresenta um programa real de luta com atos nas ruas contra os ataques que a juventude vem sofrendo e pela derrubada do governo golpista de Bolsonaro como um todo.

A juventude é um setor que tende a se mobilizar e suas organizações ao invés de represar o movimento devem agitá-lo. A juventude começou a mobilização que derrubou a ditadura militar e deve impulsionar aquela que irá derrubar Bolsonaro.

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