O clima político vem esquentando rapidamente desde o carnaval. As manifestações contra o governo, a briga interna da burguesia, a disputa interna entre as alas oportunistas e retrógradas da esquerda que seguram o movimento. A situação toda parece um barril de pólvora prestes a explodir. Diante de um cenário tão explosivo, o caminho para a esquerda é continuar aumentando a temperatura.
A receita para enfraquecer a direita é botar o povo na rua. A água começa a entrar no barco, os marujos ficam desesperados e começam a brigar entre si, o capitão fica sem opção e qualquer passo errado pode gerar um motim, quando vê o barco já está nas mais profundas águas.
A liberdade de Lula está intimamente ligada ao governo Bolsonaro, está, na verdade, no seio do problema. A prisão do ex-presidente é a jogada principal da burguesia golpista. Neutralizar a figura mais forte da esquerda brasileira e talvez da América Latina foi a operação mais importante para o plano do imperialismo pro continente. Sem isso, eleger Bolsonaro teria sido impossível, o aumento do embargo econômica à Cuba seria mais difícil (o Brasil do PT sempre deu um importante apoio para a ilha), e a campanha contra Maduro seria uma fracasso ainda maior.
Se Lula está no seio da questão, a luta por sua liberdade deve estar no ordem do dia, e para isso se tornar viável, as manifestações devem aumentar. As instituições estão todas comprometidas com a prisão do ex-presidente, não são representantes dos interesses brasileiros mais sim dos interesses imperialistas. A única língua que entendem é a da força, por isso a população deve mostrar pulso firme e não sair do asfalto até que seja revertido todo o processo do Golpe. O STF só libertará Lula se o risco de mantê-lo preso for maior do que de soltá-lo.
O único plano viável para a esquerda atualmente é sair as ruas no dia 24, ir à Brasília pressionar o STF no dia 25, e juntar-se ao PCO em Curitiba no dia 16 de agosto frente à Polícia Federal.