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Paranaguá (PR)

As lições da greve dos rodoviários e a luta pelo fim do monopólio

Para conter a radicalização do movimento, que se inclinava à defesa da estatização, prefeito bolsonrista salvou monopólio capitalista abrindo os cofres públicos aos patrões

Nesta terça (9), após 27 dias de paralisação, a maior greve da história dos rodoviários de Paranaguá (PR), foi encerrada. Os motoristas e cobradores de ônibus conseguiram que a empresa Viação Rocio, que opera o transporte na cidade, firmasse acordo para pagar os salários atrasados até esta quinta (11), quando apenas 10 ônibus circularão na cidade. No entanto, o monopólio privado só aceitou pagar o que deve aos trabalhadores após o prefeito bolsonarista Marcelo Roque (Podemos) ter aberto os cofres públicos para salvar os capitalistas. Numa manobra para encerrar a greve, que se inclinava a reivindicar a estatização do transporte e o fim do monopólio privado, o prefeito agiu para encerrar a greve e salvar os patrões, numa manobra que vai custar aos parnanguaras 226 mil reais por mês, enquanto durar a pandemia, mais de 2,7 milhões por ano!

A greve dos rodoviários começou pela defesa dos salários, que foram cortados e reduzidos pela Viação Rocio, que continuou aplicando a MP 936 de Bolsonaro mesmo após sua validade ter expirado em dezembro. Com salários, que não são muito maiores que o mínimo, atrasados, rebaixados e parcelados, os motoristas entraram em greve em janeiro.

Isto fez com que a categoria se chocasse contra a Viação Rocio, o monopólio privado, que pertence a uma família que também é dona de várias outras empresas do setor no Paraná e no Brasil. A empresa, que como muitos patrões no país, apoiou-se na MP de Bolsonaro para atacar os trabalhadores, jogando a conta da crise capitalistas e da pandemia sobre eles, procurou a todo momento utilizar a greve para chantagear a prefeitura a liberar subsídios e salvar a empresa, que segundo ela mesma “não tinha dinheiro devido à queda do faturamento durante a pandemia”.

Desta forma, os patrões procuraram jogar os trabalhadores contra a prefeitura, no sentido de pressionar o prefeito a resolver o impasse dando dinheiro público para salvar um monopólio capitalista. Como gestor do contrato de concessão com a empresa, a prefeitura teria poderes para aplicar sanções contra a concessionária e em última instância, rescindir o contrato.

No entanto, o prefeito bolsonarista contratou transporte alternativo para enfraquecer a greve. E a prefeitura passou a operar ônibus cobrando a passagem de 3,70, o mesmo cobrado pela Viação Rocio, enquanto procurava vencer os trabalhadores pelo cansaço. Porém, diante desta indefinição, num “jogo de empurra” entre empresa e prefeitura, os trabalhadores começaram a questionar o prefeito porque ele não estatizava a empresa e passava a operar o transporte, o que se mostrou perfeitamente possível durante o impasse.

Foi desta forma que a reivindicação pela estatização do transporte, com extinção da tarifa, criação de uma empresa pública e absorção dos trabalhadores como servidores, que o prefeito rapidamente, juntou-se aos vereadores e a empresa para fazer um “estudo técnico” para aprovar o subsídio, que foi aprovado na semana passada.

Ou seja, em menos de um mês de greve, os trabalhadores rodoviários de Paranaguá, conseguiram através da sua mobilização, mostrar que o caminho para resolver a situação do transporte, expulsar o monopólio privado e acabar com a relação promíscua entre prefeito e patrões na cidade, é a estatização e controle social do transporte. Apesar de ter sido encerrada com a permanência deste mesmo monopólio, este aprendizado permanecerá não apenas com a categoria, mas com todos os que viram a maior greve da história dos rodoviários.

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