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Efeito eleitoral

As contradições de Boulos sobre a polícia

Novamente Boulos se acopla à política direitista da repressão

Quanto mais próximo o dia das eleições e a crença de que conseguirá ganhar, mais a esquerda pequeno-burguesa se agarra a uma política direitista e oportunista; tal é a fórmula para entender por que os candidatos da esquerda, que no carro de som em passeatas e assembléias parecem ser tão radicais e nas eleições se revelam tão conservadores.

Guilherme Boulos tem assumido essa fórmula como ninguém. Então reconhecido e apresentado pela própria imprensa golpista como o “líder dos sem-teto”, um radical que gosta de ocupar terrenos, agora se esforça por ser simpático com jornalistas de extrema-direita e, principalmente, se esforça por mostrar que pode colocar em prática com competência toda a política da direita para a administração do Estado capitalista.

Uma ressalva sobre isso: quem conhece a esquerda pequeno-burguesa em sua atuação nos movimentos sabe que a mentalidade conservadora é a dominante e que os discursos ferozes são apenas isso, meros discursos.

Com o avanço da extrema-direita a questão da polícia e da repressão tem sido um tema constante dos debates. E aí, nesse ponto que deveria ser um fator de delimitação claro entre a esquerda e a direita, vemos os candidatos da esquerda se adaptando ferozmente à política reacionária.

Guilherme Boulos tem defendido coisas como uma espécie de UPP paulistana, com guardas da GCM (essa mesmo, a guarda especializada em bater em camelôs e moradores de rua) em todos os bairros. Proposta revolucionária, verdadeiro “poder popular” como gostam de cantar os militantes da Frente Povo Sem Medo.

Agora, mais uma vez, Boulos, em sua ânsia para parecer um responsável administrador da cidade, se enrola com a questão da polícia. Na sua disputa direta com Márcio França (PSB) não se conteve em usar o tema da repressão para atacar seu adversário em debate na TV Bandeirantes do dia 1º de outubro. Ele questionou seu adversário sobre uma fala de 2018 quando França afirma que a polícia seria mais eficiente caso não tivesse que atender tantas brigas domésticas.

Boulos foi “tirar uma casquinha” do ex-governador se ele defendia “lavar as mãos” em casos de violência contra a mulher.

Não há dúvida que a fala de França revela o desprezo da direita pelo problema da mulher, mas o debate levantado por Boulos não era esse. Por trás do questionamento, está a defesa da repressão.

Diante do debate, o jornal golpista Folha de S. Paulo foi buscar em uma declaração de Boulos o que eles consideram ser uma posição parecida com a de Márcio França. Em entrevista à jornais e sites de esquerda em 2018, Boulos teria afirmado que nos acampamentos do MTST a solução para casos de violência contra a mulher deveria ser coletiva. De um ponto de vista geral, não há problemas com a declaração. Afinal, os movimentos populares não devem envolver a polícia, que vai apenas servir contra ele mesmo.

Mas diante da distorção da imprensa golpista, o PSOL, ao invés de reafirmar a política tradicional da esquerda e dos movimentos populares sobre a polícia, fez uma nota afirmando que “no movimento [MTST] a violência contra a mulher não é tolerada. Sempre que necessário, a polícia é acionada”. “Esqueçam o que defendi”, afirma PSOL e Boulos atrás de votos.

A volta atrás do PSOL reforçou a política repressiva do ex-governador, que afirmou no Twitter que “‘Solução coletiva’ para marido agressor??? Tem que ser cadeia!”.

O desenvolvimento e o desfecho da história deixam muito clara a polarização à direita nas eleições. Os principais debates têm girado em torno da repressão, da chamada “segurança pública”, da polícia, da Justiça.

O PSOL e Boulos, atrás dos tão sonhados votos que darão a glória do segundo turno, se aprofundam cada vez mais nessa política da extrema-direita.

É dessa maneira que Boulos quer combater o bolsonarismo. Se entregando de corpo e alma à política repressiva, fortalecendo a polícia. É a política de Bolsonaro e da extrema-direita com uma leve cobertura esquerdista.

A esquerda está sendo orientada pela direita, nas eleições e fora delas. É o que tem sido visto na política de defesa do aumento de penas e leis com pretextos que seriam moralmente justificáveis segundo os dogmas da esquerda pequeno-burguesa. É o reverso da moeda direitista.

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