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Brasil à venda

As 87 estatais que o governo Bolsonaro quer privatizar em 2021

O país caminha para ficar refém dos capitalistas interacionais no que diz respeito a sua soberania energética o que consequentemente afetará toda a sua capacidade produtiva

O Governo golpista comandado pelo fascista Jair Bolsonaro, eleito em uma sucessão de fraudes eleitorais em 2018 segue a sua tara de conduzir um ferrenho desmantelamento das da soberania nacional que terá seu ápice com a venda de dezenas de empresas públicas e de economia mista, todas estratégicas para o desenvolvimento do país.

A figura “iconoclasta” que personifica esta verdadeira Cruzada neoliberal contra o patrimônio dos brasileiros é o seu ministro da Economia Paulo Guedes, um facínora tão delinquente quanto seu chefe e que já provou sua cumplicidade com o imperialismo ao compor ainda jovem a equipe econômica do ditador chileno Augusto Pinochet.

Se o governo Bolsonaro não conseguiu realizar nestes dois anos de mandato a destruição completa das estatais e suas subsidiárias, é porque inúmeros fatores sociais, econômicos e políticos o impediram. Mesmo diante de uma verdadeira liquidação ofertada por Guedes, em várias ocasiões ausentaram-se os chamados “investidores” que devido à instabilidade do regime não aportaram os capitais que eram esperados.

Mesmo assim foram privatizadas a Transportadora Associada de Gás (TAG); BR Distribuidora; Stratura Asfaltos; BB Turismo; Logigás; Correiospar e a ETN.

O ano de 2020 era um ano decisivo para os golpistas se desfazem do patrimônio nacional em escala, todavia a pandemia do coronavírus colaborou para abortar a sanha privatista provisoriamente. Para 2021, entretanto os neoliberais genocidas irão com tudo para liquidar de vez qualquer resquício de soberania e proteção social que ainda ficou para traz.

As privatizações previstas para o ano seguinte podem chegar a 87 empresas públicas estratégicas, em sua ampla maioria lucrativas, que inevitavelmente cairão nas mãos de monopólios estrangeiros e colocarão o Brasil de joelhos mais uma vez diante do imperialismo.

O grande destaque para o desmonte futuro é a Eletrobrás que está sendo destruída pouco a pouco com a venda em separado de suas subsidiárias que vão desde usinas de geração de energia até as empresas de transmissão pertencentes à companhia. A saber: Brasil Ventos; Chesf; EDV IX; EDV VI; Eólica Chuí; Eólica Hermenegildo III; Bentevi; Ouru Verde III; Ventos de Uirapuru; TSLE; Angical 2 Energia; Caititú 3 Energia; Complexo Eólico Pindaí I; Coquerinho 2 Energia; Eólica Cerro Chato V; Eólica Chuí I; Eólica Geribatu I; Eólica Geribatu IV; Eólica Geribatu VI; Eólica Geribatu X; Livramento Holding; Santa Vitória do Palmar Holding; Tamanduá Mirim Energia S/A; Papagaio Energia; Eólica Irabuitã; Eólica Geribatu VII; Eólica Geribatu IX; Eólica Geribatu II; Eólica Chuí VI; Eólica Chuí II; Eólica Cerro Chato VI; Corrupião 3 Energia; Complexo Eólico Pindaí II; Carcará Energia; Arapapá Energia; Acauã Energia; TGO; Ventos de Angelim; Ouro Verde I; Fote; Eólica Hermenegildo I; EDV VII; Furnas; Eletropar; Eletronorte; AMGT; CGTEE; Eletrosul; EDV V; EDV VIII; Eólica Hermenegildo II; Arara Azul; Ouro Verde II; Ventos de Santa Rosa; TSBE; Amapari Energia; Caititú 2 Energia; Chuí Holding; Complexo Eólico Pindaí III; Eólica Cerro Chato IV; Eólica Cerro dos Trindades; Eólica Chuí IV; Eólica Chuí VII; Eólica Geribatu III; Eólica Geribatu VIII; Iber; Paraíso Transmissora de Energia; Teiú 2 Energia.

Outra grande empresa que devido ao forte desgaste político ainda não foi privatizada, mas que deve entrar na mira em 2021 é a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT). Os Correios como é popularmente chamado é uma das maiores ambições de Paulo Guedes. A companhia possui cerca de 100 mil funcionários e teve um lucro líquido em 2018 de mais de R$ 161 milhões. Para vendê-la, no entanto Bolsonaro e Guedes precisam que o Congresso Nacional aprove sua insanidade, o que não será nenhuma tarefa hercúlea diante da ampla maioria de lesa-pátria que compõem a Câmara e o Senado.

Não menos importante está a Casa da Moeda, empresa pública responsável por produzir o papel moeda do país. Uma companhia com séculos de história e que é igualmente estratégica para o controle da soberania nacional.

Muito alarmante também é o anúncio da venda de oito refinarias de petróleo e gás natural pertencentes à Petrobrás. Adotando uma estratégia muito semelhante à da Eletrobrás, os golpistas começam “vendendo pelas beiradas” e fatiando a empresa até que a companhia se torne inviável e seja completamente liquidada.

De acordo com o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gas Natural e Biocomustíveis (INEEP) apenas duas das oito refinarias que estão na lista para privatização, a Refinaria Landulpho Alves-Mataripe (Rlam/Bahia) e a Refinaria Abreu e Lima (Rnest/Pernambuco) – geraram mais de R$ 5 bilhões de receita operacional à Petrobrás, o que significa que ela teve mais capacidade de gerar lucro ao seu acionista majoritário que é o Estado.

Em entrevista recente ao Sindicato dos Petroleiros do Estado de São Paulo (SINDIPETRO) o ex-presidente da Petros Henrique Jäger abordou a questão:  “A privatização da RNest também significa a privatização de 80% da capacidade de importação e tancagem de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) por parte do Brasil. Isso é uma coisa seríssima, não é simples. O Brasil importa, atualmente, entre 25 e 30% de todo o GLP consumido nacionalmente – 80% dessa importação entra pelo porto de Suape e 20% pelo porto de Santos. A gente está falando de colocar no setor privado 80% da nossa capacidade de armazenamento de GLP importado”.

Em outras palavras o Brasil ficará refém dos capitalistas interacionais no que diz respeito a sua soberania energética o que consequentemente afetará toda a sua capacidade produtiva.

Um caso recente que fechou 2020 foi a extinção por meio de um decreto presidencial de Bolsonaro do Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada S.A. (CEITEC). Ela é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações que atua no segmento de semicondutores desenvolvendo soluções para identificação automática e para aplicações específicas.

A estatal brasileira e única empresa da América Latina que atua na fabricação de chips e semicondutores. Os circuitos integrados estão presentes nos aparelhos celulares e computadores, em sistemas de comunicação e internet, equipamentos militares e médicos, veículos, cartões de banco e até mesmo no rastreamento de mercadorias.

Na sua última postagem na página da empresa no Twitter dia 04 de dezembro a companhia comemorou o fato de estar preparada para participar do mercado 5G no mundo. “CEITEC analisou e confirmou: sua estrutura fabril com adaptações é compatível com produção de componentes seguros para a tecnologia 5G (GaN e SiC). Poucos fábricas no mundo são preparadas como a CEITEC e todas com previsão e reserva pela demanda”. A medida impositiva dos golpistas porém forçou paralisação das atividades laborais da empresa que agora também entra na mira da privatização.

“A justificativa para esse crime de lesa pátria encontra respaldo na mesma lógica que sustentou, sorrateiramente, a Operação Lava Jato. A ideia de que mais Estado significa mais corrupção e distorção de preços. É mais um passo do Golpe que está vocacionado para solapar a soberania econômica, política e energética nacional”, define acertadamente a colunista do portal Brasil de Fato Juliane Furno em matéria sobre o tema.

Outras empresas também importantes que estão na mira dos privatistas para o próximo ano são: Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp); Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU); Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev); Empresa Brasil de Comunicação (EBC); Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep); Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa); Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro); Empresa Gestora de Ativos (Emgea); Telecomunicações Brasileiras S/A (Telebrás); Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF); Companhia Docas do Estado de São Paulo – Porto de Santos (CODESP); Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. (Trensurb) e a Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasaminas).

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