Setores da direita, como fazem há vários anos, desde que se intensificou a onda direitista no País, estão chamando a comemorar ainda que timidamente – o aniversário do golpe de Estado de 1964 (ocorrido, de fato, no dia 1º de abril) que levou o País a um dos períodos mais tenebrosos de sua história, a ditadura militar (1964-1985).
Os que comemoram o golpe de “31 de março”, além de celebrar as centenas de mortes e milhares de torturados pelo regime militar e um dos períodos de maior devastação e entrega do País aos grandes monopólios internacionais, querem “comemorar” também o atual regime golpista, chefiados pelos militares que têm mais cargos, e de maior importância, no atual governo do que durante a ditadura militar.
Ao mesmo tempo, pretendem fazer campanha pelo aprofundamento da ditadura que vivemos que levou o País a um genocídio sem precedentes em nossa história na pandemia (mais de 660 mil em número oficiais), bem como a um recordes de mortes de fome, desemprego e miséria como nunca vistos, sob o governo do capitão fascista e de todo o alto comando das FFAA.
A esquerda contra a ditadura
Desde as lutas contra a ditadura, passando pelo gigantesco ascenso operário da década de 80, a esquerda em geral e, em particular, as organizações da classe trabalhadora, fizeram dessa data um momento de protestos contra a ditadura e sua herança maldita que pesa sobre o povo brasileiro ainda hoje e que, atualmente, se vê reforçada e retomada com as ações ditatoriais do atual regime golpista, apoiado por toda a direita. Foram dezenas de anos com atos bradando por “ditadura nunca mais” e
muitas vezes celebrando os mártires do povo brasileiro que tombaram na luta contra a ditadura e em defesa dos interesses dos trabalhadores e da maioria do povo brasileiro, tais como:
- Alexandre Vannucchi Leme, nascido em 5 de outubro de 1950, estudante, ALN;
- Almir Custódio de Lima 24 de maio de 1950, operário, PCBR
- Amaro Félix Pereira 10 de maio de 1929, camponês, PCR;
- Ana Kucinski 12 de janeiro de 1942, professora universitária, ALN
- André Grabois 3 de julho de 1946, estudante, PCdoB;
- Antônio Raymundo Lucena 11 de setembro de 1921, operário, VPR;
- Benedito Gonçalves 20 de agosto de 1931, operário metalúrgico;
- Benedito Pereira Serra 8 de maio de 1913, agricultor sindicalista, União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Pará;
- Carlos Lamarca 27 de outubro de 1937, militar, VPR e MR-8
- Carlos Marighella 5 de dezembro de 1911, escritor, PCB, ALN
- David Capistrano da Costa 16 de novembro de 1913, militar, PCB;
- Devanir José de Carvalho 15 de julho de 1943, operário metalúrgico , PCB-Ala Vermelha
- Edson Neves Quaresma 11 de dezembro de 1939, marinheiro, VPR;
- Esmeraldina Carvalho Cunha 1 de abril de 1922, dona de casa;
- Francisco Tenório Júnior 4 de julho de 1940, pianista;
- Gerson Theodoro de Oliveira 31 de agosto de 1947, bancário, VPR;
- Ieda Santos Delgado 9 de julho de 1945, jornalista e servidora pública, ALN;
- Ishiro Nagami 1941, professor, ALN
- Jane Vanini, 8 de setembro de 1945 6 de dezembro de 1974, estudante, PML/ALN
- José Pinheiro Jobim 2 de agosto de 1909, economista/diplomata, PCB;
- João Lucas Alves 3 de novembro de 1935, militar, CLN;
- Lorenzo Ismael Viñas 20 de junho de 1955, estudante, Montoneros;
- Luiz Eduardo Merlino 18 de outubro de 1948, jornalista, jornalista, POC
- Luiz Hirata 23 de novembro de 1944, metalúrgico, AP
- Manoel Aleixo da Silva 4 de junho de 1931, camponês, PCR/Ligas Camponesas;
- Margarida Maria Alves 5 de agosto de 1933, camponesa, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande;
- Míriam Lopes Verbena 11 de fevereiro de 1946, professora, PCBR;
- Newton Eduardo de Oliveira 13 de outubro de 1921, sindicalista gráfico, PCB;
- Osvaldão 27 de abril de 1938, engenheiro, PCdoB;
- Pedro Inácio de Araújo 8 de junho de 1909, sapateiro/camponês, Ligas Camponesas;
- Pedro Pomar 23 de setembro de 1913, PCdoB;
- Raimundo Ferreira Lima 22 de junho de 1937, camponês, CPT;
- Santo Dias 22 de fevereiro de 1942, operário, Pastoral Operária;
- Tito de Alencar Lima 14 de setembro de 1945, frei dominicano, ALN – AC;
A esquerda que não quer lutar
Cada vez mais integrada ao regime político e dominada pela ilusão de que o regime ditatorial da burguesia que domina o País será derrotada em eleições controladas pela direita, as direções da esquerda burguesa e pequeno burguesa se recusam a convocar a mobilização necessária contra a ditadura, bem como a colocar nas ruas a campanha por Lula presidente, único caminho capaz de levar à sua vitória e à derrota de Bolsonaro e de toda a direita.
Em um momento em que se intensifica o caráter reacionário e golpista do atual regime e quando a burguesia articula uma terceira etapa do golpe de Estado e frente a ameaça de agravamento da situação de caos, com tarifaço e a disparada da inflação, que empurram em direção a uma quedasem precedentes nas condições de vida da maioria da população trabalhadora, as organizações de luta dos trabalhadores, da juventude, a esquerda, os que se reivindicam da defesa dos direitos democráticos do povo não podem ficar inertes.
Vamos às ruas
Por isso mesmo, mais do que nunca é preciso debater essa situação nos locais de trabalho e bairros e, mais importante ainda, sair às ruas no dia 1º de abril, na defesa de um programa com as reivindicações populares e de defesa dos direitos democráticos.
Dia 1º de Abril, vamos juntos às ruas, contra a ditadura de ontem e de hoje.Mobilizar para pôs abaixo o regime de entrega nacional. Em defesa das reivindicações dos explorados, por Fora Bolsonaro, com Lula presidente, por um governo dos trabalhadores.