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Luta contra o imperialismo

Talibã cria comitês para reabrir escolas para meninas

Liderado por Abdul Hakim Haqqani, o comitê reúne pessoas de diferentes organizações

Na última quinta-feira (26), o governo interino do Talibã no Afeganistão nomeou um comitê de nove membros liderados por Abdul Hakim Haqqani, juiz supremo, para reabertura das escolas secundaristas para mulheres. O anúncio do governo aconteceu no mesmo dia em que o país asiático recebeu a visita oficial do relator especial da Organização das Nações Unidas, Richard Bennet, que buscou explorar questões referentes às mulheres sob um ponto de vista identitário para criar um apelo contra o Talibã no poder. 

Os representantes destas organizações dominadas pelo imperialismo se utilizam das questões identitárias como pretexto para atacar o governo atual que junto ao povo expulsou os invasores que estiveram por duas décadas no país. Obviamente que os avanços nas relações sociais que resultaram da tomada do poder pelo Talibã são completamente ignorados, ao mesmo tempo que a suposta preocupação com as questões das mulheres é colocada acima da luta contra a dominação imperialista. 

Mesmo diante do anúncio da formação deste comitê, o imperialismo busca “denunciar” a segregação da mulher nas escolas e também no trabalho, bem como o uso da burca, como se não tratasse de uma questão cultural. Evidentemente que a preocupação que o enviado da ONU expressou em relação à “deterioração dos direitos humanos” no Afeganistão é uma farsa, tendo em vista as relações que o imperialismo desenvolve com países que suprimem por completo os direitos das mulheres, como é o caso da Arábia Saudita. 

Fica claro que a ingerência que o imperialismo busca promover nada tem a ver com a questão da mulher, até porque os Estados Unidos são um dos países, assim como Brasil, onde mais se pratica violência contra as mulheres. Não faz sentido algum que o governo de um país, que sequer resolveu as suas contradições internas de mesma natureza, defenda que a sua presença em outro país resolverá esse problema. A esquerda pequeno-burguesa brasileira, que se orienta pela imprensa burguesa, por falta de princípios e de um programa, também se posiciona em defesa da presença do imperialismo e contra o Talibã. 

Os Estados Unidos invadiram o Afeganistão em outubro de 2001, supostamente para combater terroristas, que promoveram os atentados contra as torres gêmeas e contra o Pentágono no 11 de setembro de mesmo ano, ações que foram atribuídas a Osama Bin Laden, membro saudita e liderança da Al-Qaeda, que foi assassinado pelas tropas norte-americanas em 2011 no Paquistão. Não havia nada que justificasse a invasão e muito menos a permanência do imperialismo por quase duas décadas. 

O retorno do Talibã ao poder permitiu avanços sociais no Afeganistão em decorrência da unidade dos amplos setores que lutaram contra a presença do imperialismo no país. Desde então o governo afegão tem demonstrado que está disposto a mudanças no que se refere aos direitos das mulheres no país. Um exemplo dessa política foi a concessão de asilo à jornalista neozelandesa Charlotte Bellis que teve sua entrada proibida no seu país em decorrência das medidas rígidas de controle na pandemia e não pôde retornar para Doha, onde está a sede da emissora Al-Jazeera, por ser proibido gravidez fora do casamento no Catar. Assim como este fato, os avanços como é o caso da reabertura das escolas secundárias para mulheres são abafados pelo imperialismo através de críticas. 

Não se trata de dizer que os problemas das mulheres afegãs estão resolvidos ou em vias de se resolver, muito longe disso, mas de demonstrar que, diferente do que o imperialismo busca difundir, há um avanço mesmo que pequeno nestas questões devido ao caráter revolucionário do movimento que tomou o poder. 

É importante ter claro na política que as questões econômicas estão no centro dos acontecimentos, as relações do imperialismo com Arábia Saudita se justificam neste terreno, não se baseiam em critérios democráticos. Da mesma forma, a presença do imperialismo no Afeganistão não teve a ver com direito das mulheres, mas com o controle da economia deste país. O cinismo do imperialismo é tão grande que, depois de ser expulso pelo levante popular em agosto do ano passado, sequestrou as reservas internacionais afegãs que totalizam 10 bilhões de dólares, medida criminosa que deve jogar na fome e deixar sem serviços públicos, não somente milhões de mulheres, mas também crianças. 

As organizações populares e os partidos de esquerda devem se colocar sempre em oposição aos interesses do imperialismo. Fortalecer a dominação econômica do imperialismo não contribui em nada para o desenvolvimento dos direitos das mulheres. Quanto maior a dominação imperialista, maior o atraso econômico do país e, quanto pior as condições materiais de vida, piores as condições das mulheres na sociedade. 

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