Em mais uma Análise Politica na TV 247, que vai ao ar toda terça-feira às 16 horas, Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, comentou sobre as mobilizações que aconteceram em todo Brasil no último dia 24 (sábado). Segundo ele, “a presença da direita nos atos desestimula as mobilizações”.
Por outro lado, o presidente do PCO acredita que foram positivas, e que teve um aumento real das cores vermelhas dentro das manifestações. Ainda sobre o tema, Pimenta critica a falta de convocação concreta por parte da esquerda para as mobilizações. “A esquerda pensa que fazendo convite apenas pela internet a população vai lá, o que é um absurdo. É preciso ir nos bairros populares, nas portas das fábricas, das grandes empresas, entregar panfletos, colar cartazes, chamar o povo”.
O assunto que mais rendeu durante praticamente toda a Análise, foi a questão da queima da estátua de Borba Gato em São Paulo por um grupo que se intitula Revolução Periférica. Rui Costa Pimenta argumenta que a tentativa de apagar a história não vai modificar a luta real e diária da população oprimida e esmagada pelo capitalismo, e deixa claro também que toda política identitária é financiada e organizada de fora do país, justamente pelo imperialismo norte americano. “O pessoal acha que queimar a estátua do Borba Gato é luta de classes. Na verdade, isso está sendo impulsionado contra a luta de classes. É um movimento para ocultar e frear a verdadeira luta”.
“Ao invés de direcionar a luta política para derrubar estátuas porque não fazer uma campanha intensa pela dissolução imediata da polícia?”. Para o presidente do PCO, a polícia que mata e ataca negros e pobres em todo país, especialmente em São Paulo, governada por João Doria do PSDB, que bate recordes todos os anos de crimes contra a população pobre e negra do Estado, é que deveria ser enfrentada com uma luta concreta e organizada de mobilização e campanhas pelo fim da PM.
Sobre o mesmo tema é preciso enfatizar que as políticas identitárias, que apresentam uma luta artificial, fictícia em defesa dos negros, das mulheres, dos indígenas, tem como objetivo não apenas desviar o foco da luta real contra a o capitalismo que deve ser levada adiante pelos explorados. Setores da esquerda pequeno burguesa ligados ao identitarismo também paralisam e até mesmo vão no sentido de conter a revolta popular diante das atrocidades cometidas pela burguesia. Certos partidos ditos de esquerda, como o PSOL por exemplo, foram às redes sociais comemorar a queima da estátua. No entanto, o mesmo partido condenou friamente a depredação de bancos no final do ato em São Paulo no dia 3 de julho, orquestrado por jovens de periferia revoltados com o regime político atual.
É preciso deixar claro que todo ataque à cultura e a história brasileiras é obra do imperialismo contra a população, uma clara tentativa de dominar, colonizar, moralmente e historicamente do ponto de vista cultural o pensamento do povo brasileiro. A esquerda de forma alguma deveria compactuar com essas investidas dos setores mais golpistas e mais reacionários da burguesia. “Nós temos que prestar atenção que esses grupos identitários são uma organização política concreta que atua no país, e essas organizações de uma maneira ou de outra, sejam seus integrantes conscientes ou não, são instrumentos do imperialismo, toda essa politica é um politica fomentada e financiada pelo imperialismo”, concluiu Rui Costa Pimenta.
