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Borba Gato

Queima de estátua não tem nada a ver com o movimento popular

Esquerda tenta justificar a destruição de monumentos como uma reivindicação da população, mas na verdade representa apenas interesses da classe média

O fogo colocado na estátua de Borba Gato, localizada no bairro de Santo Amaro, no município de São Paulo, causou um enorme alvoroço, em particular dentro da esquerda pequeno burguesa, e uma tentativa de justificar a destruição da estátua com uma justificativa de esquerda sob vários argumentos.

Já que se trata de um bandeirante, a estátua de Borba Gato poderia ser destruída porque a tentativa de destruí-la é o resultado do descontentamento da população e tem grande apelo popular para que isso ocorresse.

Vimos esse argumento na entrevista da deputada estadual pelo PSOL de São Paulo, Erica Malunguinho, em que a deputada afirma que a ação é uma “resposta da sociedade a uma indignação coletiva” disse e ainda pontou que o fogo foi uma “indignação coletiva em torno de discussões que estão em pauta, de que são importantes e que precisam ser feitas”. A deputada ainda é autora de um projeto de lei para rever todas as estátuas e homenagens que devem ser feitas no estado de São Paulo.

A declaração de que o incêndio na estátua de Borba Gato foi fruto de uma indignação coletiva da população ou de discussões que estão em pauta não tem nenhum fundamento e pelo contrário, não corresponde a nenhuma pauta de reivindicação da população.

A afirmação da deputada do PSOL é falsa porque Borba Gato já morreu há mais de 300 anos e não representa nenhum perigo para a população ou os trabalhadores. O regime em que viveu Borba Gato já se foi há muito tempo e sua estátua não representa nenhum perigo ou ameaça aos trabalhadores e muito menos é um símbolo atual da opressão aos negros ou aos índios.

Isso fica mais claro quando podemos ver outros símbolos de regimes opressores e que se baseavam na escravidão e que não tem nenhum repúdio da população pobre e trabalhadora de seus países porque já se foram há muito tempo. Isso podemos ver as pirâmides do Egito, o coliseu romano e até mesmo as pirâmides astecas que foram construídas com escravos de outros povos americanos e pesados impostos sobre seus dominados.

Apesar de grandes obras, construídas em geral para o entretenimento de uma camada da sociedade, para sacrifício de pessoas e com grande utilização de trabalho escravo, não representam nenhuma ameaça a população oprimida atualmente. As estátuas vão no mesmo sentido, em particular as que “homenageiam” pessoas que morreram há centenas de anos.

Um movimento fortemente artificial

A destruição de estátuas aqui no Brasil é um movimento fortemente artificial. É uma cópia desse movimento que ocorreu nos EUA para a retirada e destruição de estátuas de pessoas que representavam o regime escravagista, mas que aqui não possui nenhuma base popular.

E a justificativa de que é apenas movimentos pequenos também não é uma justificativa, mas porque não há nenhuma reivindicação da população negra, pobre e indígena dizendo para a retirada das estátuas. Sequer existe um incômodo a sua existência.

Podem até existir algumas pessoas ou uma organização que se diz “movimento tal” com alguma requisição, mas não representa nenhum interesse da população.

O trabalhador nem sequer vai trabalhar pensando na estátua de Borba Gato e a há uma enorme indiferença na sua presença no local porque não faz parte de suas reivindicações e nem do que está oprimindo atualmente. É evidente que a população não quer derrubar estátuas, ainda mais de pessoas que está morta a alguns séculos.

Comparações esdrúxulas

Juntamente com o debate colocado pela esquerda pequeno burguesa da deputada psolista Erica Malunguinho, há comparações com outros acontecimentos históricos que não fazem nenhum sentido. E não somente porque ocorreram há muito tempo, mas porque a situação política é extremamente diferente.

Os esquerdistas justificam o fogo em Borba Gato dizendo que a população destruiu a estátua do Czar Nicolau II no período da Revolução Russa e na Queda da Bastilha no período da Revolução Francesa.

Como foi apresentado no parágrafo acima, a diferença fundamental foi que ocorreu em períodos revolucionários e contra elementos da opressão real da população no momento. O Czar era um dos principais responsáveis pela repressão contra a população da Rússia e a Bastilha era uma prisão e local de tortura e assassinato de presos, representavam as questões de opressão no momento e com grande participação da população. Finalmente, a revolução foi diretamente contra o próprio Czar.

Logicamente que no Brasil não há nenhuma situação revolucionária e menos ainda um descontentamento da população contra Borba Gato, um personagem de cerca de 300 anos.

Isto somente confirma a artificialidade desse movimento e que não tem nada de movimento “periférico”, “popular” ou coisa parecida.

Luta contra “moinhos de vento”

Ao contrário do que está sendo propagado pela esquerda pequeno-burguesa como uma ação necessária, esse tipo de ação não muda nada ou sequer mobiliza a população oprimida contra a opressão. Isso porque estátuas como a de Borba Gato não representam absolutamente nenhum perigo à população pobre e trabalhadora.

Isso somente serve para desviar os verdadeiros opressores e suas organizações contra a classe oprimida como a polícia militar, o judiciário que joga milhares de pessoas em jaulas, os presídios, o PSDB, a burguesia.

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