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A reboque do imperialismo

PSTU ainda não acordou do delírio sobre a Venezuela

O PSTU continua em plena campanha em defesa dos interesses do imperialismo, dessa vez afirmando que Nicolás Maduro seria o único culpado pela situação na Venezuela.

Com a crise econômica de 2008, o capitalismo entrou em uma nova fase de ofensiva contra os direitos dos trabalhadores de todo o planeta. Buscando evitar a falência generalizada, os setores mais predominantes da burguesia mundial partiram para uma ofensiva que tem como objetivo aumentar o grau de exploração sobre todos os setores explorados e resguardar seus cofres. É desse esforço que veio a sucessão de golpe de Estado dados o último período — como foi verificado no Brasil, na Bolívia, em Honduras, no Paraguai e em tantos outros lugares. Na medida em que a situação econômica se deteriora, os interesses de classe vão ficando cada vez mais bem definidos. No meio dessa luta, no entanto, o Partido dos Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) tem se mostrado incapaz de analisar sobriamente os acontecimentos.

Na última década, em todos os momentos em que a situação política se mostrou, fundamentalmente, definida pelos conflitos entre o imperialismo — isto é, os setores mais poderosos da burguesia mundial, formados por monopólios que controlam a economia do planeta —, e aqueles  a quem subjuga, o PSTU acabou por adotar uma posição de capacho da direita mundial. A Venezuela, que hoje sedia um dos conflitos mais importantes entre o imperialismo e os governos nacionalistas burgueses, é um dos principais exemplos de como os morenistas têm colocado toda a sua propaganda ao dispor das operações golpistas na América Latina.

Reiteradamente, o PSTU tem afirmado que o governo de Nicolás Maduro, apoiado pelo movimento popular venezuelano e inimigo do imperialismo norte-americano deveria ser derrubado. Em artigo recente, o partido não só reafirmou seu apoio ao golpe na Venezuela, como ainda deixou claro que o culpado por todos os problemas da Venezuela seria, justamente, o presidente Nicolás Maduro. O texto em questão está disponível no sítio do PSTU e tem como título Venezuela: catástrofe econômica e crise política, assinado por Leonardo Arantes.

Logo no olho do artigo, o PSTU lança sua tese absurda:

A situação de catástrofe econômica e social que atinge o país está longe de ser superada, pelo contrário, continua se agravando e se aprofundando. O governo de Maduro é o responsável absoluto pela trágica situação, destruindo o aparato produtivo nacional e conduzindo a economia de maneira desastrosa, além de descarregar um ajuste brutal contra os trabalhadores.

A consideração dos morenistas — que já não é apenas errada, mas nitidamente um delírio diante da luta de classes real — vai totalmente de encontro com os fatos. Em primeiro lugar, é preciso dizer que a “catástrofe” venezuelana apontada pelo PSTU é, na verdade, a “catástrofe” criada pela imprensa burguesa. O governo venezuelano tem procurado driblar a crise econômica de várias maneiras, como por meio da criação de comitês de abastecimento, garantindo o sustento de largas parcelas da população. Por outro lado, a imprensa burguesa que serve de lastro para o PSTU omite, propositalmente, que o povo do Haiti está morrendo de fome e que a Venezuela não está entre os países que mais cometeram assassinatos políticos — mas sim, os países governados pelos fantoches do imperialismo, como o Brasil e a Colômbia.

Em segundo lugar, é preciso lembrar que todas as dificuldades econômicas enfrentadas pela Venezuela são, assim como no caso de Cuba, resultado da política de aberto boicote do imperialismo ao país caribenho. A Venezuela tem sido alvo de sanções há anos, o que obstaculiza o seu desenvolvimento de maneira estrondosa. Culpar o governo Maduro e isentar o imperialismo pela situação na Venezuela é um cinismo que só serve para perpetuar a dominação da burguesia.

Em meio ao texto, o PSTU critica, de maneira extremamente secundária, a oposição venezuelana, que seria comandada pelo golpista Juan Guaidó. Essa oposição, conforme o PSTU faz questão de omitir, é financiada pelo imperialismo e possui várias características fascistas, tendo inclusive sido responsável pelo assassinato de várias pessoas em meio às ações violentas de grupos de extrema-direita. Embora haja algum posicionamento contrário a Guaidó, o PSTU não faz, de maneira alguma, da direita golpista venezuelana o alvo contra o qual os trabalhadores deveriam se erguer:

Isto nos apresenta um cenário onde não nos resta outra alternativa que nos organizar pela base e nos mobilizar para defender nossos direitos elementares, derrotar o ajuste e tirar Maduro do governo, essa é a única maneira de acabar com esta situação à qual estamos sendo submetidos.

Diante da ofensiva do imperialismo em todo o mundo, é preciso deixar claro qual deve ser a política para os trabalhadores de todos os continentes. A crise capitalista está levando a burguesia a se chocar com todos os que se coloquem contra os seus interesses, mesmo que sejam esses seus antigos aliados. Nesse sentido, até mesmo a burguesia venezuelana, que tem governado por meio de acordos com o imperialismo, é vista como inimiga pelos grandes monopólios capitalistas, uma vez que essa burguesia possui contradições com a política neoliberal. A política do imperialismo para a atual etapa política é a da completa devastação dos países atrasados, o que levaria uma série de setores mais nacionalistas das burguesias dos países atrasados à falência. É esse, portanto, o motivo dos conflitos entre a Venezuela e os Estados Unidos.

É por isso que, entre a ofensiva do imperialismo e o governo venezuelano, é preciso tomar partido. É preciso defender incondicionalmente o governo venezuelano, de modo a barrar a ofensiva do imperialismo e permitir que os trabalhadores e se organizem para ter suas reivindicações atendidas. Fora imperialismo da Venezuela!

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