Militantes do PSDB são a PM

PSDB vai à manifestação e manda a polícia reprimir a esquerda

PSDB, a PM e toda a direita golpista  não são bem vindos nos atos da esquerda, como o 03 de julho bem demonstrou. Fora PSDB, Polícia, direita e todos os golpistas dos atos do povo!

O PSDB, partido do golpe de 2016, da eleição de Bolsonaro em 2018, dos 20 anos de torturas aos estudantes, professores, negros e moradores de rua em São Paulo, conseguiu, através de negociatas com setores oportunistas das direções da esquerda, se infiltrar nos atos populares pelo Fora Bolsonaro.

Isto mesmo: aqueles que colocaram um fascista no poder, e são tão fascistas quanto Bolsonaro, agora se dizem “antibolsonaristas” e são contrabandeados por setores da esquerda que, pasmem, acreditaram tanto neste conto da carochinha que resolveram enfiar no movimento os inimigos do movimento, mesmo contra a vontade absoluta das massas que rejeita estes elementos e que mostraram isto expulsando o PSDB no ato de 03 de julho ou apoiando a expulsão.

Para não sermos injustos, não dá para dizer que o PSDB e sua “militância” não participavam ativamente das manifestações populares antes do fatídico 3 de julho. Participavam sim, com uniforme e tudo, organizadamente. Eram os primeiros a chegarem, os últimos a irem embora: o PSDB, sobretudo em São Paulo, sempre levou nos atos seus militantes mais aguerridos: a PM, o Choque, a Rocam, a cavalaria, etc. Estes sempre trouxeram para as mobilizações a posição do PSDB diante da organização popular: a repressão ao povo com balas de borracha, espancamentos, bombas, spray, prisões, torturas.

Direções da esquerda, especialmente o PCdoB, acharam de bom tom convidar para as mobilizações populares aqueles que outrora reprimiram e até proibiram as manifestações do povo nas ruas. Em nome da frente ampla, da unidade pelo fora Bolsonaro, dizem eles. Imaginem os professores, os ecetistas depois de décadas apanhando do PSDB, sendo presos, perseguidos no trabalho, agora deixarem tudo de lado em nome da “frente ampla” que vai servir de propaganda para eleger o PSDB e presentear os trabalhadores com mais alguns anos de repressão?

“Outrora reprimiram”, no entanto parece equivocado, pois que o PSDB colocou carro de som na avenida e alguns contratados para atuarem como militantes do PSDB, criaram até uma ala LGBT — que faz parte de uma de suas estratégias de 3ª via com Eduardo Leite Bolsogay — , mas os militantes originais do PSDB não foram dispensados do ato, também participaram os militares do PSDB, e mais ativos do que nunca, tanto no ato do dia 3 de julho como no ato do ultimo sábado, com direito a espancamento, bombas, prisões à manifestantes.

Ora, pois então os professores e o povo pobre e negros não vão precisaram esperar uma nova eleição do PSDB para mais um pouco de repressão, a participação dos militantes fardados do PSDB não suprimiu a participação dos verdadeiros militantes do PSDB dos atos: a polícia de PSDB continua nos atos reprimindo os manifestantes. Sua adesão ao “movimento fora Bolsonaro” não implicou ao PSDB perder, abrir mão de seus princípios, da sua ideologia fundamental de esmagar o povo.

A esquerda, abriu mão de seus princípios para “encaixar” o PSDB nos atos, as vítimas da repressão policial de anos tiveram que deixar de lado a luta contra o inimigo de sua classe em nome da “frente ampla”, já o PSDB se manteve fiel aos seus princípios.

Esta frente ampla então seria contra Bolsonaro, estritamente para tirar Bolsonaro do páreo, a direita negociar para Lula ficar em casa e enfiar sua “3ª via ” direitista goela abaixo do povo nas eleições do próximo ano? Sem qualquer implicação com os demais projetos da direita contra os trabalhadores, o PSDB poderia então, segundo esta frente, participar dos atos, enfiar sua política de tirar o vermelho da esquerda e colocar o verde, amarelo e azul da direita e dos tucanos?

Poderia ainda tentar interferir nos rumos das mobilizações, na forma como a esquerda se organiza, suas palavras de ordem, exigir que a esquerda abra mão de seus princípios e ainda manter a brutal repressão policial contra esta mesma mobilização, contra a esquerda, e ainda assim ser considerado um aliado porque também, supostamente, seria contra Bolsonaro mesmo tendo o colocado no poder, não assinando nem aprovando os pedidos de impeachment contra Bolsonaro, e de quebra entre a esquerda e Bolsonaro apoiar Bolsonaro em 2022 caso não consiga estabelecer sua 3ª via?

Isto faz mesmo algum sentido para a mobilização? As direções desbaratadas realmente acreditam em algum ganho para o movimento ou só para suas próprias carreiras – se é que isto está garantido também? Por sorte, ou melhor, por consciência resultante de um trabalho intenso de discussão política por parte dos setores mais combativos da esquerda, as bases da esquerda, as massas trabalhadoras, a juventude, têm se colocado contra estas manobras que tendem a assassinar o movimento, sendo os únicos que podem impedir que desastres sem precedentes para a luta popular se consolidem pela direita.

É preciso intensificar a campanha e o caráter revolucionário das mobilizações que estão nas ruas não só contra Bolsonaro, mas contra toda a direita, inclusive e sobretudo o PSDB e sua polícia, inimigos históricos da luta do povo e dos trabalhadores. O PSDB, a PM e toda a direita golpista não são bem vindos nos atos da esquerda, como o 3 de julho bem demonstrou. Fora PSDB, Polícia, direita e todos os golpistas dos atos do povo!

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