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Roberto França

Militante do Partido da Causa Operária. Professor de Geografia da Unila. Redator e colunista do Diário Causa Operária e membro do Blog Internacionalismo.

Erdogan: um súdito especial

Por que Erdogan vetou os nórdicos?

Erdogan revela: o PKK é o motivo para recusar novos sócios na OTAN

Milícia feminina do PKK

O malicioso motivo de Erdogan

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, declarou na quarta-feira (18), que não aceitará a entrada da Suécia e da Finlândia na OTAN se esses países não extraditarem dezenas de membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) asilados. O PKK, de características revolucionárias, por exercer uma guerra prolongada contra Ancara, é um dos principais alvos de Erdogan, além do massacre exercido aos trabalhadores, no país com a maior inflação do mundo.

Erdogan, assim como Israel, tem interesses de expansão para a formação do projeto da Grande Turquia ou retorno ao Império Turco Otomano, mas tem suas pretensões esbarradas, além dos Estados Unidos, pela maior guerrilha do mundo estabelecida pelos Curdos, que desde 2004 optaram pela luta armada e guerra prolongada, a fim de libertar o Curdistão das garras do governo de Ancara.

Área reivindicada pelo Curdistão. Mapa extraído da CIA, contendo uma face de suas estratégias para a região

Segundo Erdogan “a expansão da OTAN é significativa para nós apenas na proporção do respeito demonstrado às nossas sensibilidades”, disse o presidente à facção parlamentar do Partido da Justiça e Desenvolvimento, de acordo com a Reuters. Com esse depoimento Erdogan coloca-se em patamar mais rasteiro que os países nórdicos, colocando um país oprimido a atacar a Rússia, pois a entrega de 33 membros foragidos, do PKK, representa a luta contra revolucionários de um território que se pretende um Estado operário, além de fortalecer as intenções de auxiliar o nazismo ucraniano.

“Então eles não vão devolver os terroristas para nós, mas eles nos pedem para ser membros da OTAN? A OTAN é uma entidade de segurança, uma organização de segurança. Portanto, não podemos dizer ‘sim’ a essa organização de segurança ser privada de segurança, “, acrescentou Erdogan. Reacionário, o líder turco reafirmou a crítica de seus aliados ao apoio às Unidades de Proteção Militar, uma organização de autodefesa curda na Síria próxima ao PKK.

Falando para a juventude turca na quinta-feira (19), Erdogan afirmou que a Turquia tinha “dito aos nossos amigos relevantes que diremos ‘não’ à entrada da Finlândia e da Suécia na OTAN”. De acordo com observações traduzidas pela Associated Press, Erdogan apontou a Suécia como “um foco de terror, lar do terror”, e acusou-a de dar armas e dinheiro aos curdos, contra os quais a Turquia trava um conflito armado de baixa intensidade desde a década de 1980. Omer Celik, porta-voz do partido governista de Erdogan, afirmou na quinta-feira que Ancara tem provas de que as armas suecas apareceram nas mãos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

Evidentemente que a posição de Erdogan não o eleva no bloco militar, ao mesmo tempo que coloca a Turquia como algoz da Rússia e as Repúblicas populares independentes no Donbass, além de Odessa. Erdogan, pensa em barganhar com a burguesia imperialista. A experiência histórica nos demonstra que essas tentativas de barganha não terminam bem, e a Turquia, com hiperinflação e população descontente poderá impor derrota à Erdogan, e favorecer o estabelecimento de um governo fantoche neoliberal e de extrema-direita.

O avanço do PKK com e o enfraquecimento do AKP

Militante com lenço tático e a bandeira do PKK

O Partido da Justiça e Desenvolvimento, o AKP, vem sofrendo uma de suas piores fases, desavenças internas profundas e crise econômica que vem corroendo o poder de Erdogan na Turquia. Além disso, o PKK vem se fortalecendo e arregimentando militantes no interior do país, avançando o front contra o governo de Ancara.

A história do conflito entre Ancara e os Curdos é longa e brutal, anterior ao surgimento do PKK (1978), remontando ao início da moderna República da Turquia em 1923. Liderada por Abdullah Ocalan, que está na prisão desde 1999, depois de ter sido capturado pela CIA. Apesar de Ocalan ter se afastado do Marxismo-Leninismo, conduziu os objetivos para um estado independente do Curdistão para uma proposta de “Confederalismo Democrático” inspirado pelos escritos do anarquista Murray Bookchin. Embora as diversas milícias curdas tenham sido utilizadas pelos Estados Unidos, assim como o Talibã inicialmente, as novas lideranças de diversos partidos curdos já não são controláveis e avançam suas ações de guerra irregular.

A guerra por procuração e uso de falsas bandeiras são elementos básicos de tática militar, mas as contradições no interior do PKK estão sendo solucionadas com nova centralização, o que impulsiona Erdogan a tentar destruir o Partido dos Trabalhadores de seu país para não recair em desgraça com o povo turco, após escândalos de corrupção e a mais alta inflação do mundo. A estratégia de se prostrar perante à OTAN, mas com tentativa forçada de esbanjar poder perante a Suécia, tecnologicamente mais dotada para fins bélicos, contra um país sem unidade militar, poderá obrigar Erdogan a manter a limpeza étnica e genocídio curdo, mas com chances efetivas de perdas territoriais nos próximos anos, por isso a OTAN como aliado.

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