Diante das medidas ditatoriais de BolsoDoria ― que decidiu entregar a Avenida Paulista para os bolsonaristas e proibir a realização dos atos da esquerda pelo Fora Bolsonaro no dia 7 de setembro ― e das manobras capituladoras da esquerda pequeno-burguesa ― que sabotou deliberadamente os atos de 18 de agosto ―, o PCO e os Comitês de Luta deliberaram realizar Plenárias, nesse último final de semana (28 e 29/08), com o fim de organizar a intervenção do conjunto da militância, dos ativistas e dos trabalhadores que já chegaram à conclusão da necessidade de continuar e, mais ainda, intensificar a luta contra Bolsonaro e o regime golpista de conjunto.
O momento político atual, marcado pelo acirramento da polarização política, não deixa dúvidas quanto à importância de atividades dessa natureza. As forças agrupadas em torno da figura do presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro, dão indícios de que jogarão um peso consideravelmente grande nos atos de 7 de setembro. Para tanto, contam com o auxílio valioso da direita “civilizada”, considerada por muitos, inclusive gente da esquerda, como “antibolsonarista”. João Doria, com as medidas da última semana em relação aos atos, demonstrou-se um ativo colaborador do bolsonarismo, como nós, deste Diário, sempre ressaltamos.
Não é difícil perceber, portanto, qual a tarefa que está colocada para as organizações de esquerda que defendem o Fora Bolsonaro: não deixar as ruas para os fascistas e realizar grandes atos e manifestações de massas exigindo as reivindicações fundamentais dos trabalhadores e explorados e levantando a palavra de ordem política que sintetiza as tarefas imediatas exigidas pela luta política em curso, o Fora Bolsonaro e todos os golpistas.
Foi sob essas coordenadas que o PCO e os Comitês de Luta realizaram, nesses sábado e domingo, Plenárias de Organização do Bloco Vermelho em todo o país.
No domingo, Plenárias aconteceram em Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Paranaguá (PR), São Paulo-Capital, Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Salvador (BA), João Pessoa (PB) e Macapá (AP). No sábado, o Rio de Janeiro realizou a sua.
Em todas as Plenárias discutiu-se o conflito que reina dentro do movimento pelo Fora Bolsonaro entre aqueles que defendem a continuidade, a radicalização, a massificação das manifestações, e aqueles que, apoiados na política de Frente Ampla, trabalham para afogar o movimento de massas em alguma manobra parlamentar ou institucional cujo único resultado possível será, na melhor das hipóteses, dourar a pílula do regime político saído do golpe de Estado de 2016.
Os participantes em geral destacaram que os acontecimentos da última semana comprovaram, uma vez mais, o quanto a esquerda precisa se desvincular da direita disfarçada de “centro” político, do principal setor da burguesia, e ir no sentido contrário do que vêm fazendo grupos como PCdoB e PSOL, que defendem a Frente Ampla com essa direita golpista. A aliança com a burguesia apenas fortalece Bolsonaro e torna toda esquerda um alvo fácil para os golpistas.
Nesse sentido, ficou estabelecido que o ato de 7 de setembro deve adquirir um caráter de mobilização que se volta não só contra a ditadura de Bolsonaro, mas também contra a ditadura de Doria. Ambos são representantes da burguesia e não possuem, nas questões fundamentais, grandes contradições. São fascistas, ao fim e ao cabo, inimigos do povo e defensores da ditadura.
A esquerda precisa sair às ruas agora, mobilizar e garantir que a briga não seja entre PSDB e Bolsonaro, como querem os frenteamplistas, mas entre Lula, de um lado, e Bolsonaro, Doria e todos os golpistas, de outro; isto é, entre os trabalhadores e explorados, de um lado, e o regime golpista de conjunto, de outro.
Esta é a função principal dos atos do dia 7 de setembro, que a “terceira via” quer evitar.
As Plenárias, como não poderia deixar de ser, estabeleceram uma calendário de atividades destinado a organizar a ampla campanha de convocação, agitação e propaganda em torno dos atos pelo Fora Bolsonaro no dia 7. A partir de agora, os militantes, ativistas, membros dos Comitês de Luta, simpatizantes das causas operárias e populares e independentes devem pisar no acelerador e dar início às atividades necessárias para organizar os atos.
É preciso arregaçar as mangas e passar a uma ampla e frenética convocação dos trabalhadores e da juventude, nos locais de trabalho, estudo e moradia, principalmente nos bairros operários e locais de grande concentração.
É preciso realizar uma intensa atividade com milhões de panfletos, dezenas de milhares de cartazes, carros de som e tudo mais que for preciso para tornar os atos em verdadeiros atos de massa.
Mãos à obra, camaradas! As Plenárias deram o ponta inicial e mostraram o caminho. É hora de superar as capitulações da esquerda pequeno-burguesa e encher as ruas de vermelho, pelo Fora Bolsonaro, Fora Doria, PSDB e todos golpistas, e por Lula presidente!