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A serviço da Frente Ampla

PCdoB tenta expulsar PCO da Frente Fora Bolsonaro Litoral-PR

Em reunião virtual, integrantes do PCdoB, junto com avulsos, propuseram a expulsão do representante do PCO da coordenação da Frente que tem organizado os atos no litoral

Na noite desta segunda (2), durante reunião por videoconferência da Frente Fora Bolsonaro Litoral-PR, integrantes do PCdoB e avulsos, tentaram expulsar o representante do PCO da coordenação, alegando inviabilidade na convivência e ameaçando deixar a Frente caso o PCO permanecesse na coordenação.

A reunião foi chamada tendo como pauta única a avaliação dos atos do último dia 24/07. Logo no início, o companheiro Emmanuel Lobo, representando o PCO, propôs incluir na pauta o próximo ato, marcado para o dia 18/08, junto com o dia de greve nacional dos servidores. No entanto, a proposta foi rejeitada por 6 votos a 3, com a justificativa de integrantes do PCdoB de que “não daria tempo para discutir o próximo ato”.

Passou-se então a avaliação dos atos de 24/07 (segue no final do texto). Esta foi a 1ª parte da reunião. Até aí, estava sendo feita uma discussão política, esclarecendo a posição de cada organização sobre os atos e o movimento. No entanto, esta era apenas a aparência.

Chamado do PCdoB junto com a direita golpista, para o ato de 24/07 em Curitiba. https://www.facebook.com/PCdoBParana/photos/2347500405382784

A partir daí, na 2ª rodada de inscrições, um rapaz identificado como Guilherme, que não se sabe pertencente a qual organização – supostamente estaria formalmente filiado ao PSOL, mas que fora colocado na coordenação da Frente pelo PCdoB – levantou um tema que não estava na pauta:

“Rever as pessoas que participam da coordenação da Frente”.

Segundo ele, a diminuição do ato foi resultado da postura de determinadas pessoas, como o representante do PCO, que fazem críticas sistemáticas ao PCdoB nos grupos de whats app e nas reuniões, o que estaria “afastando as pessoas que poderiam construir os atos”. Guilherme então, cobrou que a Frente tomasse uma atitude e propôs que o representante do PCO fosse removido da coordenação, bem como que a Frente entrasse em contato com a direção do PCO para que o partido indicasse outro representante.

A proposta absurda gerou revolta e protesto dos companheiros do PCO, do PT e dos Comitês de Luta na reunião. O companheiro Emmanuel, do PCO, rebateu:

“Como pode uma pessoa avulsa, que não representa ninguém além de si mesma, propor a expulsão de um representante partidário? É possível contatar a direção do PCO e confirmar se realmente faço parte do Partido e se o represento na Frente. Agora, a quem podemos nos reportar sobre a participação do tal Guilherme nesta Frente? Falaremos com o PSOL, com o PSL ou com a Frente Ampla? Quem decide quem deve ou não estar na coordenação? Quem trouxe o tal Guilherme para esta ‘coordenação’ foi o PCdoB, sem discutir com ninguém, e agora o cidadão está propondo expulsar o PCO. Isso é um golpe estilo centro acadêmico!”

Tal como a companheira Nilsa, do PT e do Comitê Lula Presidente – Pontal do Paraná:

“Como tal proposta é colocada desta forma na reunião, por fora da pauta e com a conivência de integrantes do PCdoB? Claramente isto é uma manobra.”

Obviamente não era uma coincidência. As pessoas que estavam representando o PCdoB, Manoel Barbosa, a UBM/PCdoB, Matsuko Barbosa, a CTB/PCdoB, Fábio, e a Marcha Mundial das Mulheres (MMM)/ PT, Marianna, defenderam a proposta do integrante avulso, Guilherme, e passaram a atacar o PCO. As supostas críticas começaram com alegações sobre a convivência com o PCO nos grupos e nas reuniões ser insuportável. No entanto, rapidamente se tornaram calúnias, de que o PCO é uma “seita sectária”, que estaria “tentando destruir a Frente”.

O companheiro que representava o PCO na reunião disse que a situação era um absurdo completo, que ficou claro não se tratar mais de uma reunião, com a pauta de avaliação dos atos, mas sim de “um tribunal da Inquisição, com o único objetivo de expulsar o PCO”.

Os companheiros dos Comitês de Luta também reagiram. A representante do Comitê Lula Presidente – Pontal do Paraná, Nilsa, questionou:

“A UBM e o PCdoB são donos do movimento, agora? A Frente se tornou uma ditadura?”

Já o companheiro do Comitê Resistência Carijó/ PCO – Paranaguá, Feris, disse que não fazia sentido algum discutir a expulsão do PCO, o que claramente é uma tentativa de atropelar as divergências políticas que efetivamente existem.

O representante do PSOL, Thiago, também ficou contra a proposta, impedindo que o PCdoB conseguisse expulsar o PCO. O impasse e o fato da pauta já ter sido vencida, fizeram com que a reunião seguisse com mais bate boca.

O representante do PCdoB, Manoel Barbosa, disse que “pessoas do PSDB e do MDB lutaram contra a ditadura e, como ele, foram perseguidos e presos” e que os integrantes do PCO “deveriam estudar história”. Então o companheiro do PCO, Emmanuel, afirmou que o PCdoB quis levar o prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque (Podemos) – eleito por uma coligação que incluía PSL e PSDB – para a live de 1º de maio, dia do trabalhador e perguntou de qual lição histórica viria esta postura. Por fim, a representante da UBM ameaçou deixar a coordenação da Frente caso o PCO não fosse expulso. Com a pauta vencida e a tentativa do PCdoB frustrada, a reunião se encerrou.

Conclusão

Apesar da proposta de expulsão do PCO ter sido levantada por um avulso, a manobra foi coordenada pelo PCdoB/Frente Ampla, ou seja, pelos que infiltraram a direita golpista pela porta dos fundos dos atos. O caso é muito semelhante ao que ocorreu na Frente Fora Bolsonaro em Florianópolis-SC e comprova que não se trata de mera coincidência, mas de parte da política da Frente Ampla para minar a influência do PCO no movimento.

Isso porque o PCO é o setor mais radical na mobilização. Foi peça chave na constituição do Bloco Vermelho, é quem mais combate à infiltração da direita e quem mais defende a candidatura do ex-presidente Lula. Foi também o 1º a chamar a mobilização por Fora Bolsonaro, ainda em 2018. Manteve-se nas ruas desde o início da pandemia e organizou, sem o apoio da esquerda, o ato de 1º de maio em São Paulo, o que garantiu que a extrema-direita não monopolizasse as ruas.

A soma destas iniciativas e da luta do PCO serviu como ponto de aglutinação de todos os setores combativos da esquerda, o que acabou pressionando as direções a chamarem o ato nacional de 29/05 e a formação da Campanha Nacional Fora Bolsonaro.

Neste sentido, o PCO é o maior empecilho à política da Frente Ampla, que busca colocar o movimento Fora Bolsonaro a serviço da 3ª via, do qual o governador genocida João Doria (PSDB) é um dos favoritos à candidato.

Desta vez a manobra do PCdoB, estilo centro acadêmico e eleição sindical, fracassou. No entanto, onde será a próxima tentativa? O boicote aos atos de 18/08 já está em curso. Foram justamente os integrantes da Frente Ampla, dentro da campanha nacional, que vazaram informações para a Folha de São Paulo, tentando impor a data de 07/09 como o próximo ato nacional.

Diante disso, é preciso combater a infiltração da direita fortalecendo a democracia interna no movimento

Nesta última reunião, estavam presentes 12 pessoas:
1. Matsuko – UBM/ PCdoB
2. Manoel – PCdoB
3. Fábio – CTB/ PCdoB
4. Mário – avulso/ PCdoB
5. Fran – avulso/ PCdoB
6. Guilherme – avulso
7. Thiago Beki – PSOL
8. Kurt – PSOL
9. Marianna – MMM/ PT
10. Nilsa – Comitê Lula Presidente/ PT
11. Emmanuel – PCO
12. Feris – Comitê Resistência Carijó/ PCO

Ou seja, o PCdoB era maioria, seja pelos seus nomes fantasia, seja pelos avulsos que apoiaram sua política. Enquanto isso, a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o PT (Partido dos Trabalhadores) e o MST (Movimento Rural dos Trabalhadores Sem Terra), 3 entidades nacionais que tem atuação no litoral do Paraná, não tem representação na coordenação da Frente, o que cria a distorção de que o PCdoB, justamente o partido da Frente Ampla, consiga uma maioria artificial.

Desta forma, é preciso que o PT, a CUT e o MST, que são organizações de massa, assumam a liderança do movimento no litoral. As manobras executadas pelo PCdoB e seus apêndices, buscam impor a política de Frente Ampla no tapetão, com manobras antidemocráticas e mesmo reacionárias, o que impede que a Frente se desenvolva na perspectiva dos trabalhadores.

Por isso, é preciso que os companheiros que participam do movimento Fora Bolsonaro fiquem atentos, a burguesia está disputando o movimento por dentro. A esquerda que defende a Frente Ampla com a direita golpista é a correia de transmissão da política dos patrões para dentro do movimento. A expulsão do PCO, neste sentido, é uma necessidade para impor a Frente Ampla goela abaixo do movimento Fora Bolsonaro.

Contra essa traição de setores da esquerda, é preciso fortalecer o Bloco Vermelho em todos os locais, chamar os trabalhadores a lutar por suas reivindicações, como auxílio, a vacina, a redução da jornada de trabalho sem redução do salário, não às privatizações, entre muitas outras, que inevitavelmente se chocam contra todo o regime, pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas e pela candidatura de Lula por um governo dos trabalhadores.

Relatório da 1ª parte da reunião, com citações da avaliação dos atos

Kurt (PSOL): “avalio o ato como positivo, acho também necessário discutir a intervenção da secretária de segurança no ato, que mandou a Guarda Civil Municipal (GCM) retirar o carro de som da praça, mantendo-o na rua, uma forma de intimidação”…

Emmanuel (PCO): “concordo que o ato foi positivo, mais de 500 no Brasil e exterior, apesar de ter diminuído nos maiores locais como SP, RJ e BSB. Paranaguá também teve uma diminuição em relação ao 3/07, por outro lado, teve presença maior de trabalhadores, vide participação do presidente dos estivadores e de portuários. Não entendi porque cancelar a passeata, considero um equívoco, dado que haviam mais de 50 pessoas no ato. No dia 24/07 ficou clara a divisão interna no movimento. Em São Paulo, o chamado Bloco “Democrático” uniu PCdoB, PSDB, REDE, CIDADANIA, PV, PSB, PDT e as centrais sindicais pelegas, rachando o ato. Já em Curitiba, reuniu REDE, CIDADANIA, PV, PCdoB, UNE, UPES, PCB e PSOL/MES. Ou seja, consumando a política de infiltrar a direita, como alertamos desde o início. De outro lado, o Bloco Vermelho cresceu em todos os lugares, um claro resultado da entrada mais assertiva da CUT no movimento. Por conta disto, para ampliar os atos é preciso ir aos trabalhadores, fazer convocação no ponto de chamada dos portuários, nos terminais urbanos e nos bairros, bem como combater a infiltração da direita”…

Guilherme (avulso). “É preciso apontar os problemas que levaram à diminuição do ato, como a comunicação, entre outros”…

Fábio (CTB/PCdoB). “Concordo que os atos se ampliaram, o que é positivo, apesar do número de participantes ao todo ter diminuído. Parabenizo a União Brasileira de Mulheres (UBM) e a Marcha Mundial das Mulheres (MMM) por terem contribuído no ato em Pontal do Paraná e depois terem ido ao ato em Paranaguá. Realizar o próximo ato em Paranaguá mais tarde, permitirá a participação de companheiros de outras cidades do litoral”…

Nilsa (Comitê Lula Presidente Pontal/ PT). “Temos que panfletear, ir aos trabalhadores, basta colocar a máscara, proteger-se e ir fazer a atividade… É um absurdo trazer a direita golpista para os atos. Em Curitiba, a Frente Ampla colocou uma faixa verde e amarela como a 1ª da passeata, uma clara tentativa de roubar a manifestação. Não podemos aceitar!… A censura prévia no grupo do whats app e nos atos, quanto a pessoas mandarem o Bolsonaro tomar naquele lugar, feita por pessoas da coordenação é uma tentativa de conter a revolta da população, o que esvazia os atos”…

Thiago Beki (PSOL). “Como seria uma infiltração da direita, dado que em Paranaguá a direita até agora não fez nenhum movimento em relação aos atos? É necessário fazer panfletagem, mas não participarei devido a conviver com idosos e a proliferação da variante Delta”…

Feris (Comitê Resistência Carijó/ PCO). “A política do fica em casa já está superada. Se formos nos basear nisso, não faremos mais nada. É preciso fazer panfletagens e ir até os trabalhadores e a juventude. Proponho que a Frente imprima um panfleto chamando os servidores para o próximo ato, dia 18/08, dia de greve nacional dos servidores”…

Matsuko (UBM/PCdoB). “O ato foi menor, com menos engajamento nas redes sociais. Por outro lado, outras pessoas se somaram, como o caso dos cristãos pelo Fora Bolsonaro e o presidente do Sindicato dos Estivadores, apesar de pessoas insistirem que os sindicalistas são pelegos (indireta ao PCO, que em reuniões anteriores criticou a esquerda por ter fechado os sindicatos). Concordo com o ato ter ficado parado, sem ter sido feita a passeata, pois haviam 50 pessoas”…

Manoel (PCdoB). “Foi um erro a campanha nacional Fora Bolsonaro ter marcado o ato para 24/07 sem nenhum fato novo. O ato de 03/07 foi uma resposta ao fato da CPI ter levantado denúncias de corrupção contra o governo Bolsonaro, o que impulsionou as pessoas a irem às ruas. Diz que a convocação nacional foi feita por todas as centrais sindicais (CTB, Força Sindical, CSB, CGTB, Intersindical, etc), ou seja, não foi apenas a CUT. É preciso ampliar os atos. Em Curitiba, a Frente Ampla ‘Democrática’ fez um chamado junto com CIDADANIA, REDE, PV, MDB, PSB e PDT. ‘É a hora de todos contra o Bolsonaro’”…

Chamado do PCdoB e de várias organizações que dirige (UNE, UJS, UNEGRO, etc), junto com PSDB, CIDADANIA, REDE, SDD, PV, PSB, PDT e centrais sindicais pelegas.. para o ato nacional de 24/07.

Fran (avulsa/ PCdoB). “O ato foi positivo, irei ao próximo, mas não co/ncordo com fazer panfletagem. Já me arrisco diariamente e agora também há a transmissão comunitária da variante Delta”…

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