Em deliberação oficial, o PCdoB participou dos atos deste dia 12 de setembro chamado pelos fascistas do MBL e do Vem Pra Rua. De acordo com dirigentes do PCdoB, o motivo da participação na manifestação seria a busca por uma ampla unidade de partidos e movimentos contra o governo Bolsonaro. No entanto, as mobilização foram chamadas com panfletos e cards com os seguintes dizeres “nem Bolsonaro, nem Lula”.
As manifestações direitistas foram carregadas de ataques ao ex-presidente Lula, e até mesmo apareceu a defesa da Lava Jato – caso do Rio de Janeiro onde participou também o banqueiro João Amoêdo do partido Novo. Inclusive um cartaz mostrava Lula atrás das grades, na orla de Copacabana.
A mobilização tem caráter visivelmente eleitoreiro em torno da “terceira via” para as eleições de 2022. A defesa ferrenha que faz o PCdoB em torno da frente ampla é simplesmente isso. Frente ampla para colocar a alternativa da burguesia golpista à Lula e a Bolsonaro em 2022. Nesse momento quem vem despontando como a “terceira via” é ninguém menos que o João Doria, governador de São Paulo pelo PSDB. A Rede Globo golpista irá transmitir as prévias do PSDB para a escolha do candidato para a eleição presidencial de 2022.
Não é de agora que o PCdoB tenta infiltrar a direita nos atos do movimento Fora Bolsonaro. Em São Paulo a manobra de trazer a direita para a manifestação não foi muito bem sucedida. Setores combativos da esquerda escorraçaram o PSDB do ato na avenida Paulista. Em outras capitais, o PCdoB é o abre-alas para partidos de direita e outros golpistas na Frente Fora Bolsonaro, como o caso do Rede, Cidadania, PDT, MDB, PV entre outros satélites desses partidos direitistas.
O dia 12 foi convocado principalmente pelo MBL e o Vem Pra Rua. O primeiro tem como principal liderança o deputado federal Kim Kataguiri do DEM. Os dois movimentos fascistas atacaram estudantes secundaristas nas ocupações contra o governo ilegítimo de Michel Temer, defenderam abertamente o “Escola sem Partido” e até algum tempo atrás invadiam escolas e universidades para denunciar professores que – segundo eles – faziam doutrinação esquerdista aos alunos. A UNE, que é liderada pelo PCdoB, participou do ato chamado por esses fascistas. A presidente dos estudantes chamou a militância para se juntar a esses verdadeiros inimigos da educação.
Veja que a frente ampla, que tenta emplacar a terceira via, tem objetivos mais concretos contra o setor mais combativo dos atos. Não à toa que o PCdoB, vem orquestrando vários golpes contra o PCO para tentar expulsar o setor mais vermelho e lulista dos atos. O ataque dessa vez aconteceu em Curitiba no último dia 7 de setembro. Uma militante da UJS/PCdoB, fez uma cena digna de Oscar em frente a um militante do PCO, se jogou no chão e começou a gritar que o camarada do PCO teria agredido ela. Uma encenação ridícula, absurda.
Após o escândalo fajuto, a cidadã subiu no caminhão de som e começou a desferir ataques contra o PCO. “Partido machista misógino que apoia o Lula nos atos agride mulheres”. A mentira é tão grotesca que a acusadora chega a afirmar que o militante teria agredido até mesmo crianças. Mal sabia que as crianças são filhas do próprio militante do PCO. Uma situação vergonhosa com finalidade política.
O ataque identitário que visa expulsar o PCO do Comitê Unificado de Curitiba na organização dos atos significa, é claro, retirar a característica vermelha de esquerda e a palavra de ordem Lula presidente das manifestações. Os frente amplistas não querem Lula, eles querem a “terceira via”. A defesa dos atos do dia 12 com os ataques recentes sofridos pelo Partido, que evidenciam a manobra política do PCdoB, que busca enfraquecer a ala esquerda das mobilizações (pró-Lula) e fortalecer a ala direita, “frente-amplista”, submetendo a campanha “fora Bolsonaro” aos interesses da burguesia, isto é, contra o ex-presidente Lula.