Há uma jornada de manifestações pelo fora Bolsonaro e a direita tem apresentado dificuldades em tomar controle desses grandes protestos pela derrubada do governo, pois existe em repúdio total à direita golpista. O que confirma é o repúdio da participação da direita, como o PSDB, e da total recusa dos predomínio do verde-amarelo nas manifestações como quer a burguesia e sua imprensa. Diante disso, uma manobra dos capitalistas está sendo inserir no movimento, de maneira totalmente artificial, “lideranças” e “entidades” que não existem na prática.
Há uma tentativa da burguesia de isolar representações e organizações que têm grande influência popular e estão inseridas dentro da classe trabalhadora, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) ou o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), e colocar entidades totalmente fictícias e muitas delas financiadas por entidades estrangeiras.
Entidades como a Coalizão Negras por Direitos, União Brasileira de Mulheres, “representantes” do movimento LGBT e até indígenas, entre muitas outras, e pessoas ‘independentes’, que não possuem nenhuma base para ser mobilizada, ou seja, representam apenas eles mesmos ou um pequeno grupo com reivindicações muito distantes da população. A característica dessas entidades e pessoas é não possuir nenhum trabalho popular, uma imprensa e apenas participações em ações burocráticas como reuniões e entrevistas à imprensa golpista.
Falam apenas por eles mesmos e em decorrência de ser entidades burocráticas não conseguem mobilizar ninguém que dizem representar.
São entidades e pessoas com discursos que agradam a direita e são impulsionados pela imprensa golpista, como a direitista Folha de S. Paulo que frequentemente elege e coloca em suas páginas pessoas e entidades sem nenhuma inserção nos movimentos populares.
Isso para substituir as entidades que sofrem influência dos trabalhadores e da população pobre e explorada e que este fato não ataque aos interesses da burguesia. Um bom exemplo disso é a participação da direita nos atos. É evidente que setores da esquerda que estão inseridos no meio da população rejeitam talvez não por vontade própria, mas por representar suas bases reais, que possuem uma grande rejeição a direita, em particular o PSDB. Fato que somente defende o PSDB nas manifestações entidades e pessoas que não respondem a nenhum setor popular ou que estão muito distantes de sua base, como o PSOL e PCdoB.
É preciso reverter esse quadro e colocar as organizações que realmente existem e representam de verdade os trabalhadores para tomar conta das manifestações e dos atos, senão esse movimento não irá se desenvolver devido à completa incapacidade da atual direção do movimento Fora Bolsonaro, que até poucos meses atrás eram contrários a política de sair às ruas e que, com o apoio da direita, estão sendo colocados como lideranças.
Se esse enorme movimento for derrotado não vai ser por ‘excesso’ de manifestações ou por apoio da população a Jair Bolsonaro e sim a essa direção de centro acadêmico que não sabe o que está fazendo e apenas toma decisões que confundem e estrangulam todo o movimento de luta contra Bolsonaro e a direita.