Editorial

O voto impresso é um direito democrático dos eleitores

O voto impresso é uma garantia para os eleitores e dificulta a fraude. Somente o Brasil e alguns locais dos EUA, França e Namíbia rejeitam o comprovante em papel.

Os partidos burgueses tradicionais (PSDB, MDB, DEM, Progressistas, Republicanos, PTB, SD, PSL ,PL), o conjunto da imprensa capitalista e as instituições políticas e jurídicas do Estado capitalista (STF, TSE, Congresso) levam adiante uma campanha em favor das urnas eletrônicas como garantidoras da lisura do processo eleitoral. A esquerda pequeno-burguesa, como sempre, entra de cabeça nessa campanha e fica a reboque da política que corresponde aos interesses da burguesia.

A classe dominante tem na democracia seu principal sistema de dominação política sobre o povo. Contudo, essa dominação tem de aparecer como fruto da vontade do próprio povo. Os políticos burgueses – todos inimigos da população explorada -precisam se apresentar como  “democraticamente eleitos”. É como se o povo escolhesse de livre e espontânea vontade seus carrascos e opressores. É preciso que as eleições sejam fraudulentas e o direito de sufrágio desfigurado, porém sem que venha a público e fique claro de que se trata de um jogo de cartas marcadas.

O voto impresso é uma polêmica do momento no País. O presidente fascista Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) procura levantar hipóteses de fraudes eleitorais através das urnas eletrônicas. Para ele, o voto deve ser impresso e as urnas auditáveis sob alegação de que é preciso garantir a lisura e transparência. Faz sentido que Bolsonaro conheça sobre fraudes, uma vez que ele mesmo é fruto da fraude eleitoral. Em 2018, em plenas eleições presidenciais, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou 3,5 milhões de títulos eleitorais no Nordeste, criou uma nova legislação a toque de caixa sem passar pelo Congresso e a Operação Lava Jato prendeu o então primeiro colocado em todas as pesquisas eleitorais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro está longe de ser um político com preocupações democráticas. Pelo contrário, ele é um fascista e inimigo do povo. No entanto, por força de interesses próprios, ele defende o direito do voto impresso, o que o coloca em contradição com a posição do setor principal da burguesia.

O sistema das urnas eletrônicas é facilmente manipulável e fraudável. Apenas 15 países – num universo de 190 países – utilizam a urna eletrônica, de acordo com uma reportagem da AFP. Um especialista entrevistado por esta agência de notícias destaca que somente o Brasil e alguns locais dos EUA, França e Namíbia rejeitam o comprovante em papel.

O voto impresso é um fator que dificulta a fraude no processo eleitoral. Na vigência de um regime democrático, os eleitores precisam de garantias sobre transparência e a impressão em papel é uma forma de assegurá-la, na medida em que se possibilita a verificação dos comprovantes com as urnas.

A oposição unificada dos partidos burgueses contra o voto impresso deveria levantar suspeitas na esquerda e em toda a população. É um absurdo considerar que a urna eletrônica é inviolável. Nenhum sistema de informática é inviolável, ainda mais com os sistemas de espionagem e hackeamento sofisticados que existem atualmente. O escândalo do software Pégasus, desenvolvido pela empresa israelense NSO, está aí para provar que nenhum sistema é inviolável, nem mesmo os dados pessoais e a intimidade de cada cidadão do mundo.

Nos últimos anos, particularmente após o golpe de Estado de 2016, o Judiciário, pilar de sustentação do regime golpista, tem investido contra os direitos democráticos da população. O direito de voto tem sido restringido de diversas maneiras, como a exigência de cadastro biométrico, cancelamento de títulos eleitorais e pela anulação da obrigatoriedade da impressão do voto prevista pela reforma eleitoral de 2015.

Posicionar-se contra o voto impresso é propagar ilusões na armadilha da urna eletrônica e sustentar um sistema político antidemocrático que mantém há décadas – fraudulentamente – os partidos burgueses no controle do regime político. É contribuir para que os piores inimigos do povo se escondam sob a frase de “democraticamente eleitos pela vontade do povo”.

Nenhum sistema de votação merece plena confiança, por isso quanto mais maneiras de controle e conferência, melhor.

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