Na sexta-feira dia 29/10 foi pago pela última vez o Bolsa Família, após 18 anos o programa, implementado por Lula, que auxiliou dezenas de milhões de brasileiros, chegou ao fim. O governo do fascista Bolsonaro irá substituí-lo por outro programa ainda muito incerto chamado Auxílio Brasil, que é uma amálgama de outras 9 políticas de governo. Em sua melhor versão possível, o que não devemos esperar de forma alguma, esse auxílio será pior do que seria o Bolsa Família com os devidos reajustes, é uma ataque gigantesco aos trabalhadores que pode ter resultados catastróficos na atual situação de fome generalizada em que se encontra o país.
Desde o princípio da política do Bolsa Família o PCO a apoiou com apenas uma crítica, de que era algo insuficiente, os valores em si poderiam ser bem maiores do que o governo Lula se propôs, mas, mesmo assim, foi importantíssimo para aliviar a situação de miséria de uma enorme parcela da população. O Bolsa Família se tornou um dos alvos da esquerda antipetista que o atacava como se fosse um programa assistencialista de compra de votos, contudo ele foi principalmente uma frente de ataque da própria extrema direita, que o utilizava para culpar os setores mais pobres da população por todos os problemas da economia.
Bolsonaro foi um dos fascistas que por muito tempo atacou o programa, em 2011 ele mesmo propôs o fim do programa, já em 2015 seu atual líder na Câmara, Ricardo Barros, propôs reduzir o orçamento do programa em 35%. Na atual conjuntura de destruição total dos programas sociais essa política retornou, o teto de gastos, as reformas trabalhista, da previdência e administrativa todas apontam no caminho de transferir todos os gastos do Estado com os trabalhadores diretamente para os bancos. E parece que o Bolsa Família se tornou o novo alvo.
O presidente fascista já havia anunciado há tempos que substituiria o programa pelo Auxílio Brasil, inicialmente tinha até ideias de ampliá-lo para ter algum programa social que pudesse ampliar sua popularidade. Os bancos rapidamente vetaram esse gasto, a disputa se arrastou e chegou até o fim do prazo, o Bolsa Família acabou e não há nada certo, existe até mesmo a possibilidade de que haja um curto período de transição e que ao fim de 2022 não haja mas programa nenhum de auxílio para os trabalhadores mais pobres. Caso isso aconteça, será uma enorme vitória dos banqueiros que abocanharão mais um pedaço do orçamento nacional e também uma demonstração de quem de fato comanda o governo Bolsonaro.
Ao mesmo tempo, o auxílio emergencial que se iniciou com a pandemia de Covid-19 chegou ao fim este domingo 31/10, segunda-feira 22 milhões de brasileiros não terão mais nenhum auxílio. Enquanto isso as notícias de trabalhadores catando ossos, entrando em caminhões de lixo e lixões à procura de comida se tornam cada vez mais frequentes, o Brasil caminha para ser o que era na época de FHC em que centenas de pessoas morriam devido à fome todos os dias. O Bolsa Família, que foi um dos programas que mais modificou essa situação, em si está ameaçado, e nada indica que a burguesia irá permitir nada parecido com o que foi o governo Lula no futuro.
A situação é de uma crise completa sem nenhuma saída aparente por meio do capitalismo, o imperialismo destrói cada vez mais o Oriente Médio, a América Latina, a África, e os seus próprios países, como os EUA que se veem em uma situação de miséria inimaginável poucos anos atrás. Os monopólios imperialistas estão dispostos a destruir países inteiros, saquear suas riquezas, aniquilar sua indústria e no caminho deixar bilhões na pobreza absoluta. A contradição fica clara quando um programa muito barato para o governo mas com um impacto social enorme está ameaçado. É preciso lutar pela continuidade do Bolsa Família assim como por outros programas nacionais de combate à fome, em conjunto com a luta política pela derrubada do regime golpista e por Lula presidente e um governo dos trabalhadores.
