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Violência revolucionária

Não são “infiltrados”, é o povo exercendo o direito de se rebelar

A condenação absoluta dos atos de violência nos atos fora Bolsonaro é a condenação do direito do povo a revolta

Por todos os lados podem ser ouvidos os gritos de condenação a toda e qualquer forma de violência nos atos fora Bolsonaro. A imprensa capitalista e a maior parte da imprensa de esquerda vociferam contra a juventude combativa que se rebela contra a ditadura atual classificando-os como “vândalos”, lançando até mesmo a pecha de “infiltrados”. O uso da violência, seja de que maneira for, seria ilegítimo e contraproducente segundo a opinião da burguesia e de setores da esquerda. Ilegítimo porque antidemocrático, ferindo os princípios da busca pelo consenso, contraproducente, porque afastaria um determinado público dos atos.

Assim, os atos de violência cometidos pelos manifestantes, vistos no último ato fora Bolsonaro, em 3 de julho, que não passaram de uma escaramuça com a direita, vidraças quebradas e fogo em lixo para paralisar avenidas, algum confronto com a polícia, foram totalmente condenados, como se fossem atividades criminosas. No entanto, estranhamente, a violência do Estado cometida contra os manifestantes e contra o povo em geral, infinitamente superior, não entra na condenação, nunca entra, essa aparece sempre como legítima e democrática.

Evidentemente, que se trata de uma manobra política, a tentativa de conter a revolta latente, legítima e, sim, democrática das massas contra o estado de coisas e contra os que trouxeram o País até aqui. O povo tem todo o direito de se rebelar e de se defender da direita e da extrema-direita, um poder tirânico contra o povo, inclusive recorrendo à violência, e não é somente um direito sagrado, se rebelar contra a opressão, como um dever.

A tentativa de criminalização da revolta popular, pois é disso que se trata, da parte da burguesia atende a seu objetivo de dominar a mobilização e tentar usá-la para seus próprio fins, da parte de setores da esquerda corresponde ao pacto firmado com a direita para que possam participar do movimento, com radicalização não há condições de a direita pisar nas manifestações. Esses setores da esquerda, com suas mentes preguiçosas e tremendo de medo das consequências na radicalização, creem que com a aliança com a direita conseguiram de maneira tranquila, pacífica e ordeira, fazer voltar a roda da história, retornar o país ao que era antes de Bolsonaro e do golpe, ou algo próximo daquilo.

Burguesia tenta expulsar setor mais combativo dos atos

O país está sendo destruído, há um genocídio em marcha por descaso do governo em relação à pandemia que ceifou a vida de mais 500 mil compatriotas, a fome voltou a assombrar os lares brasileiros e já é, novamente, uma realidade amarga para muita gente. O desemprego e a carestia grassam, não há perspectiva de futuro, a incerteza e a ansiedade tomam conta da juventude.

A repressão estatal somente faz crescer, vivemos com uma espada de Dâmocles sobre a cabeça: a cada dia ouve-se do governo federal e dos militares ameaças de ditadura. Sim! A juventude e as massas têm todo o direito de se rebelar violentamente, posto que é uma reação à barbárie que a direita e a extrema-direita impuseram ao país.

A burguesia procura criar o clima repressivo para conter a radicalização da juventude e de setores populares, chamando-os infiltrados os jovens e os setores populares que expressam sua revolta e sua resistência por meio de ataques ao patrimônio privado e público. Concordando ou não, não se trata de maneira alguma de ações criminosas, mas de um método de luta, que embora não seja o método marxista e revolucionário, é sem dúvida um método.

Com a tentativa de criminalização da juventude e dos setores populares mais combativos realizada pela burguesia e aceita por setores da esquerda, procura-se tornar os atos totalmente pacíficos, um passeio, uma missa de apoio ao Congresso Nacional. Insidiosamente, insinuam que é dever da organização dos atos, ou seja, da esquerda, reprimir os atos de violência. Nada de repressão, nada de criminalizar quem luta.

Repressão e Autodefesa

É preciso destacar que a violência revolucionária destes setores é uma resposta à violência reacionária do Estado, em particular à violência da Polícia Militar, em especial a de São Paulo do PSDB, especialista em reprimir, prender, espancar os militantes de esquerda, além de constituir um grupo de extermínio da população pobre e negra.

Os confrontos com a Polícia são forma de autodefesa dos manifestantes contra esta verdadeira máquina de guerra contra o povo que é a polícia militar os ataques contra o patrimônio, uma forma, ainda que simbólica de atingir a burguesia, o governo e os poderosos. Ainda que tenhamos, nesse sítio, críticas à tática chamada “Black Bloc”, ou seja, a violência das massas contra símbolos do regime, pelas suas limitações, a reconhecemos como algo progressista e nunca como ação criminosa. Essa é a posição democrática de todos que, sem cair em contradição, lutam pelos direitos democráticos do povo, ou seja, daqueles que não identificam sua maneira de pensar e agir como a única possível e aceitável.

A violência do oprimido e a violência do opressor

Há uma diferença fundamental a ser destacada, para aqueles que afirma ser a violência um expediente da direita e da extrema-direita, a violência exercida pela massas contra seus opressores é algo progressista e revolucionário, a violência do estado, da polícia, da burguesia e seus agentes é absolutamente reacionário. A violência nos atos da esquerda é contra os opressores do povo.

Mas é preciso destacar mais uma vez que a violência do Estado contra a esquerda e o povo em geral é infinitamente maior, qualquer violência contra os opressores acontecida nos atos é uma reação diminuta à gigantesca violência promovida todos os dias pela polícia.

Sobre as depredações

As depredações são acontecimentos absolutamente naturais das mobilizações populares, é onde a fúria e a revolta de setores combativos se expressam, basta ver as mobilizações recentes na América Latina, como na Colômbia, Chile, Paraguai em que houveram não apenas depredações como incêndio de prédios e outro atos de violência, uma resposta legítima a violência dos opressores.

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