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Sem golpistas

Não podemos aceitar os cúmplices do genocídio nos atos de rua

Direita golpista tenta se infiltrar nos atos para cooptar as mobilizações. Esquerda deve removê-los das atividades de rua.

Que o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro é um genocida da pior espécie, não há dúvidas. Os fatos já mostravam, desde antes do circo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, que a política da burguesia, levada a cabo por Bolsonaro, causaria uma verdadeira matança da população brasileira.

O grito de ódio do povo contra Bolsonaro esteve preso durante todo o ano de 2020, muito em razão da inércia da própria esquerda. Entretanto, nem mesmo os burocratas a frente das organizações populares conseguiram frear o ímpeto das massas e foram obrigados, mesmo que a contragosto, a organizar mobilizações pela derrubada do presidente ilegítimo.

A falta de ímpeto e assertividade da esquerda, porém, não apenas torna lento o processo de mobilização, mas também abre espaço para aproveitadores e oportunistas de todo tipo. Dentre estes malandros que não perdem a oportunidade de travestir-se de democratas, estão figuras do naipe de Kim Kataguiri, Joyce Hasselman, Alexandre Frota e ninguém mais, ninguém menos, que João Doria Júnior. Todos eles dizendo que participarão (no caso de Doria através do PSDB paulista) dos atos pelo Fora Bolsonaro.

Os três primeiros não passam de bufões que deveriam estar em algum programa humorístico sem graça da golpista Rede Globo. Fazendo seu papel natural de palhaços, agem como uma arma da direita para desmoralizar qualquer movimentação. Os três galhofeiros terem assinado o tal “superimpeachment” (que o PCO não assinou) mostra que as palavras do cão leal de Bolsonaro na presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de que o pedido de impeachment é apenas “palavras ao vento”, são a verdade.

Durante as eleições de 2018, todos estes novos “democratas” estiveram abraçados na campanha de Jair Bolsonaro. Não só tentaram alavancar o fascista ao comando máximo do executivo do país como também se aproveitaram de Bolsonaro para conseguir votos nas eleições.

O que se sabe é que a direita não quer impeachment algum. Pelo contrário, querem manter Bolsonaro como está. Se possível, controlá-lo. O “superimpeachment” por si só, isolado do mundo, não passa de mero ato burocrático e sem ação real alguma. Algo idêntico ao que ocorre na onanista CPI da COVID, onde, no fim das contas, todo mundo sabe que vai a lugar nenhum.

Este ponto, da direita não querer, de fato, o impeachment, aliado ao assanho do genocida-chefe em São Paulo, João Doria Júnior, e seu PSDB em aderir às manifestações em São Paulo, é o que verdadeiramente preocupa. A direita nunca teve uma prática política popular. Pelo contrário, o povo, para ela, serve apenas para fazer demagogia e enganar os setores mais atrasados politicamente. Agora, tem uma oportunidade de ouro ao tentar se infiltrar nas manifestações.

Doria sempre se colocou como um homem da burguesia. Mais especificamente, sempre apresentou o lado mais oportunista e demagógico da mesma. Todas as suas ações, tanto na prefeitura de São Paulo quanto no governo do Estado, sempre foram para fazer propaganda. Isso justifica o fato de São Paulo, o estado mais rico da federação, ser também o mais atingido pela pandemia.

A presença do PSDB e da direita nos atos marcados para amanhã (3) devem estar no foco de atenção das organizações populares. Se vão aos atos não é para derrubar Bolsonaro, pois, a direita não tem nada mais a oferecer, mas cooptar a mobilização e assumir as rédeas da mesma para que esta se torna sua ferramenta.

Um dos pontos mais importantes sobre a mobilização não é, em si, a derrubada de Bolsonaro, mas a solidificação de Lula como candidato natural da esquerda brasileira. O próprio ex-presidente constantemente fala das mobilizações. Mais ainda, desde antes dela incentivou atividades de rua como as que já eram feitas pelo PCO nos mutirões dos Comitês de Luta aos domingos.

Lula sabe que sua única chance, no contexto atual, é a manutenção e o crescimento das mobilizações. Quanto mais crescem as mobilizações, mais cresce a força política e eleitoral de Lula. Controlar as mobilizações é, em grande medida, controlar o desfecho das eleições de 2022.

A direita, que colocou Bolsonaro no poder, agora far-se-á de “João-(Doria-)sem-braço”, e dirá que o presidente fascista é genocida. Mas ninguém é genocida sozinho. Bolsonaro só é o responsável pela morte de mais de meio milhão de pessoas (em números oficiais) porque contou com a pronta ajuda dos que hoje dizem pedir sua cabeça. Mais do que cúmplices, estes democratas de araque são agentes da política fascista organizada por Bolsonaro.

A tentativa de cooptação das manifestações começa pela tentativa de despolitizar um ato inerentemente político. O primeiro passo da direita é a tentativa de retirar o vermelho, característico dos partidos da esquerda, e substituí-lo pelo verde-e-amarelo. Em seguida, tem-se a presença de elementos direitistas, como os três parlamentares bufões e o PSDB.

O povo e a esquerda não devem aceitar a presença destes répteis nos atos. Pelo contrário, devem ser “convidados” a se retirar das manifestações e retornar aos esgotos de onde nunca deveriam ter saído.

Impedir a direita de tomar conta dos atos é mais do que simplesmente um julgamento moral daqueles que apoiaram Bolsonaro, mas a garantia de derrotar a direita no campo político. A direita, assim como os setores mais avançados da esquerda, sabe que tudo passa pela mobilização popular. Quem tiver controle sobre a mobilização, terá controle sobre o destino imediato do País.

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