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Capitalismo

Não é só Bolsonaro: o neoliberalismo causou a fome no Brasil

O problema é o regime, não apenas o presidente

A principal responsável pelo aumento da fome no mundo, sobretudo em países atrasados como o Brasil, é a política do neoliberalismo, um conjunto de medidas políticas e econômicas capitalistas surgido no final dos anos 70 que mina a participação do Estado na economia e oferece inúmeros privilégios à iniciativa privada e ao mercado financeiro.

No Brasil, com o fim do regime militar (1985), a inflação e suas consequências (desemprego, desigualdade social, fome, desindustrialização, etc.) eram os principais problemas do país. A política neoliberal, que traria a fome e miséria crônicas no país, começa com o governo do playboy  Fernando Collor de Melo (1990-1992), que inicia a abertura do mercado nacional com privatização de estatal, redução de investimento público, confisco da poupança, inflação exponencial, mudança de moeda e das leis trabalhistas (Plano Collor), que geraram muito desemprego, desespero, fome e suicídio no país.

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Se já não bastasse tanto sofrimento cometido contra o povo brasileiro nesse período, a burguesia entreguista do país consolidou essa política neoliberal com o nefasto governo de Fernando Henrique Cardoso (1994), que se aproveita de uma estabilidade financeira com o Plano Real (iniciado no governo neoliberal de Itamar Franco) e vende a preço de banana boa parte das estatais do Brasil, relegando o Estado à fajuta condição de regulador de suas riquezas, agora fortemente exploradas pelos grandes capitalistas estrangeiros.

O Estado brasileiro deixa de vez a função de administrador dos recursos nacionais para ser regulador, cuja consequência será desemprego e muita fome para a população. No governo FHC cerca de 300 crianças morriam de fome por dia! Esses dados foram divulgados na época pela própria Rede Globo, emissora golpista e a serviço desse regime de fome. Os capitalistas roubaram as riquezas e o futuro das crianças no Brasil para isso: relegar o país a uma condição de colônia com seu povo passando fome  e miséria.

Enquanto o governo FHC entregava as estatais de telefonia (Telebrás, Telerj, Telemig, etc.), os bancos (Banerj, Banestado, Banespa, etc.), as siderúrgicas (Vale do Rio Doce e CSN), aplicava a redução do funcionalismo público e a terceirização, todas essas práticas corriqueiras do neoliberalismo, a população morria de fome. O discurso mentiroso para sustentar esse modelo era o de que o Estado-regulador teria mais condições de trabalhar em prol da população com a venda das estatais.

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A situação era tão calamitosa ─ em toda a América Latina ─ devido à implementação da política neoliberal, que o povo iniciava um movimento de explosão social. Antes que isso ocorresse, a burguesia foi obrigado a fazer um pacto com Lula e o PT para amenizarem a situação, sem abrir mão de seu poder político e econômico.

Isso permitiu uma redução das tensões sociais, com alguns programas de distribuição de renda e contra a fome, mas mantendo a aplicação das políticas neoliberais. De fato, nem Lula, nem Dilma, romperam com a política neoliberal ─ isso só seria possível através de amplas reformas sociais pressionadas pela classe trabalhadora organizada.

Mas a crise de 2008 faz com que o imperialismo revisse sua política para o Brasil: para garantir os lucros dos capitalistas, seria preciso ampliar a níveis estratosféricos a espoliação do povo brasileiro e, para isso, seria necessária uma política neoliberal “puro sangue” ─ coisa que o PT não tinha condições de realizar. Dilma teve seu mandato roubado e Lula, sua liberdade ceifada. O golpista Michel Temer (MDB) abriu completamente os cofres para os parasitas de costume e a fome voltou a assombrar o país em níveis que não se via há décadas.

Esse é o  neoliberalismo que está fazendo a fome chegar a mais de 42 milhões de pessoas na América Latina e Caribe, segundo a ONU ─ no Brasil, 120 milhões estão prestes a entrar nessas estatísticas.

Michel Temer e Jair Bolsonaro (sem partido) aprofundam essa crise e aumentam de forma exponencial a miséria no Brasil, onde empresários estão vendendo carcaças de peixe e carne, numa violência e insensibilidade revoltantes e desumanas.

Jair Bolsonaro, cujo governo jogou mais de 2 milhões de famílias na extrema pobreza, é o aprofundamento de toda essa política criminosa do neoliberalismo, que deve ser combatida pela classe operária ─ no entanto, é apenas o resultado das manobras dos banqueiros e grandes capitalistas, os mesmos que tutelaram os governos da direita e que pretendem colocá-los novamente em voga a partir de 2023.

A tendência, com Bolsonaro ou a terceira via no governo, é vermos a fome e a miséria tornaram-se cada dia mais insuportáveis, enquanto o capital financeiro rouba o patrimônio da população.

Só com muita luta da classe operária, nas ruas, poderemos derrotar Bolsonaro e impor um governo dos trabalhadores para reverter as privatizações, diminuir a jornada de trabalho para 35 horas semanais, elaborar um programa de distribuição de renda radical, estatizar a economia para gerar emprego e fazer a reforma agrária para garantir a alimentação do povo e reconstruir o Brasil.

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