Por novos atos em Agosto

Não à sabotagem dos atos

Contra a política da frente ampla, de recuo e adiamento, que serve apenas aos interesses de Bolsonaro, Doria e todos os golpistas inimigos da luta dos trabalhadores

Está programada para hoje uma reunião das principais entidades das frentes que convocaram as mobilizações pelo fora Bolsonaro, vacina para todos e auxílio emergencial, desde 29 de Maio.

Preparando a reunião, a imprensa golpista realizou um campanha contra a continuidade dos protestos, dando destaque em suas páginas aos posicionamentos de alguns que foram os últimos a apoiarem as manifestações de rua e que, agora, são os primeiros a propor um maior intervalo entre eles, como forma de propor sua liquidação.

A campanha da Folha e da frente ampla

Assim, dois dias após mais de 600 mil pessoas irem às ruas em todo o País (em pleno período de férias e pandemia) em mais de 500 cidades, a tucana Folha de S.Paulo, estampou: “Com cansaço do público, organização de atos contra Bolsonaro admite repensar datas e estratégias” (26/7/21).

Obviamente que o pasquim apoiador do golpe ouviu apenas os supostos “líderes” de entidades que apoiam a política da direita golpista, ansiosos por verem as mobilizações acabarem. Como os “aliados” do “bloco democrático”, o bloco amarelo, integrado pelo PSDB e outros partidos de direita (PSL, Cidadania, Solidariedade etc.) que setores trouxeram para os últimos atos, para agora apoiarem o adiamento dos mesmos e que sequer apoiam o fora Bolsonaro. O PSDB, por exemplo, segue sem ter assinado um único pedido de impeachment dos mais de 120 que mofam na Câmara dos Deputados. Esses setores temem, tanto ou mais que Bolsonaro, protestos que sejam liderados pelos trabalhadores e por suas organizações.

Essa direita golpista, disfarçada de “centro”, comandada pelo reacionário governador paulista João Doria (PSDB), está justamente empenhada neste momento em reabrir tudo, em colocar milhões de estudantes de volta às escolas e garantir o lucro dos bancos e outros monopólios capitalistas, mesmo que isso custe a vida de outras centenas de milhares de pessoas. Querem por fim às manifestações e dirigir a “luta” política para o terreno do Congresso, das articulações e manipulações eleitorais, para o circo da CPI da pandemia etc. dos quais os trabalhadores não podem esperar nada, a não ser novos golpes, mais ataques e retrocessos e nenhuma possibilidade de saída democrática para a crise atual.

Quem está “cansado”?

A Folha e seus aliados no movimento fala de “sinais de cansaço dos manifestantes”, para ocultar que a frente ampla dominada por Doria e seus defensores no interior da esquerda (notadamente o PCdoB) quer conter as manifestações porque elas apontam no sentido oposto da conciliação por eles pretendida. Indicam no sentido da mobilização popular, do enfrentamento nas ruas com a direita, única força realmente capaz de derrubar Bolsonaro e todos os golpistas.

Assim anunciaram previamente propostas de setores conciliadores, cujas direções vieram a contragosto para os atos e não impulsionaram nenhuma mobilização na base das entidades que dirigem, como os sindicatos da Força Sindical ou das demais “centrais” pelegas. E agora falam de “convocação excessiva de atos”.

Se vitoriosa, essa política de recuo servirá apenas aos propósitos políticos reacionários de Doria, Bolsonaro e todos os golpistas que querem “sossego” para aprovar e impor as privatizações, a reforma administrativa, a volta às aulas e a continuidade da distribuição de cargos com o centrão, as articulações golpistas para derrotar a candidatura de Lula e a luta dos trabalhadores, agora e em 2022.

Alguns dos defensores dessa política,acusaram recentemente o PCO de “vazar” debates feitos nas plenárias públicas do movimento (transmitidas pelo Youtube!) e dar a conhecer a toda a militância a posição de seus dirigentes. Agora, mais uma vez, anunciaram pelo pasquim tucano, a Folha, que querem realizar novos protestos apenas em 7 de setembro, dando uma trégua de 45 (número do PSDB!) dias sem manifestações, para Bolsonaro e toda a direita ─ que agradecem.

Querem, novamente, colocar o movimento a reboque das iniciativas da burguesia. Como afirma a Folha, apresentando suas posições como se fossem as do movimento, um problema seria que “a pressão pelo impeachment de Bolsonaro estagnou em Brasília com a declarada oposição do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ao andamento de algum dos mais de cem pedidos de destituição do mandatário que foram protocolados na Casa“. 

Mas foi justamente porque os trabalhadores e suas organizações não viram nenhuma possibilidade de que a direita que domina o Congresso ─ há muito tempo ─ tomasse a iniciativa de se livrar de Bolsonaro e de seus ataques (todos eles aprovados pelos parlamentares) que centenas de milhares de pessoas resolveram sair às ruas. 

Lamenta ainda que “o período de recesso da CPI da Covid no Senado, que esfriou o noticiário sobre a atuação do presidente na crise sanitária em que 550 mil pessoas morreram no país” deixando de lado ─ é claro ─ que a matança continua, como mais de mil pessoas morrendo todos os dias, com a situação se agravando com o frio intenso, ameaça de apagão etc. e que essa mesma CPI não fez absolutamente nada para parar o genocídio, a não ser inúteis discursos e encenação de políticos em campanha, como prender um ex-assessor secundário por alguns minutos.

A Folha anuncia que “membros da linha de frente” (por ela escolhidos, muitos dos quais atuam há tempo na linha de frente da sabotagem dos atos) teriam dito “que o grande dilema hoje é como obter resultados concretos, já que as marchas se firmaram como uma vitrine para expressar a insatisfação popular com o governo, mas objetivamente nada produziram“.

Isso quando é notório que os atos são um dos maiores fatores de crise do regime golpista de conjunto e a única ameaça real contra a ofensiva da direita e, particularmente, da extrema direita bolsonarista que, antes deles, até se atreveu a sair às ruas, em apoio ao golpe militar e outras bandeiras reacionárias, como se viu no 1º de Maio. Quando a esquerda que defende o recuo “ficou em casa” fazendo live com FHC e até com Doria, enquanto os Comitês de Luta, o PCO e outros setores classistas saíram às ruas no Dia Internacional de Luta da Classe Trabalhadora pelo Fora Bolsonaro e demais reivindicações do povo trabalhador.

Não à política de recuo

Contra a política de recuo e derrota da mobilização, é preciso ampliá-la, trazendo para as ruas os que estão cansados, acima de tudo, de sofrer por conta da política de Bolsonaro e de toda a direita golpista: os trabalhadores e a juventude alvos de seus ataques.

Se há dirigentes da esquerda cansados, que “descansem em paz”, abram caminho para a mobilização combativa dos explorados, do pelotão mais combativo da classe trabalhadora brasileira, da classe operária que deve ser convocada, pela CUT, sindicatos e pela esquerda classista, a comparecer aos atos com colunas de trabalhadores dos Correios, metalúrgicos, petroleiros, professores, servidores e outros setores que podem efetivamente decidir o jogo em favor do povo trabalhador.

Para superar as direções “cansadas”, construir milhares de comitês de luta, com novas camadas de ativistas, que realizem atos em todo o país, reunindo milhões de pessoas.

Contra a política de derrotas da frente ampla, fortalecer ainda mais o bloco vermelho e a mobilização combativa para derrubar Bolsonaro e conquistar as demais reivindicações dos trabalhadores.

Para isso, lançar mão da arma que os trabalhadores têm em suas mãos, uma arma poderosa nessa mobilização que é a candidatura de Lula, que deve ser trazida para as ruas, em favor da luta pelo Fora Bolsonaro, pela derrota de todos os golpistas e pela conquista das reivindicações dos explorados.

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