No dia 12 de junho, a servidora pública Heloísa de Almeida foi ao Centro de Referência em Saúde da Mulher em Ribeirão Preto, interior de São Paulo tentar ter sua filha em um ambiente hospitalar. A mesma relata que neste dia, teria acordado cerca de 5 horas da manhã sentindo dor e que apenas não foi de imediato ao hospital devido ao seu marido que precisava descansar de uma jornada de trabalho na madrugada. Mas ao chegar às 6:30, as contrações se tornaram insuportáveis a cada 3 minutos do tempo, tendo que ir às pressas ao hospital.
Ao ser atendida, a médica que fez o exame falou que o colo do seu útero estava muito duro, mandando a paciente para a observação, fazendo posteriormente a algumas horas um novo exame de toque. Heloísa conta que neste momento a sua bolsa estourou e a maca ficou toda molhada de sangue. Mas a médica insistiu que era apenas uma perda normal de líquido, dispensando a trabalhadora.
Heloísa deixou a clínica sentindo dor e ao ir para o seu carro, onde esperava seu marido, devido às restrições da covid-19, ela resolveu anestesiá-la com analgésicos, no entanto, antes mesmo de fazer efeito, entrou em trabalho de parto. Sua filha simplesmente caiu no chão. Seu marido, Fábio Palmeira, mecânico industrial, e o vendedor de caldo de cana, Walter Prado, foram os primeiros a prestarem socorro, segurando a mulher para que não caísse em cima do bebê.
“Ele veio correndo, pegou minha filha e a colocou no meu colo. Depois chegaram umas dez enfermeiras, cortaram o cordão umbilical lá na rua mesmo, me colocaram na cadeira de rodas e fomos para dentro do hospital”, relatou Heloísa à revista Crescer, a quem deu a entrevista sobre o caso.
Para a UOL, o hospital procurou se defender dizendo que essas são situações imprevisíveis. O que é uma verdadeira piada, pois é bastante comum os hospitais públicos mandarem para casa os pacientes, mesmo que o caso seja alarmante, como uma forma de diminuir o fluxo já supersaturado do hospital.
Os hospitais brasileiros são essencialmente sucateados pelos golpistas que têm a nítida intenção de privatizar suas instalações e, por isso, permitem que aberrações como essas venham a acontecer. A mulher foi ao hospital, foi liberada, mas visivelmente estava prestes a parir, apenas não teve o amparo e cuidado o suficiente para ficar mais tempo e receber o atendimento adequado.
Por isso, é preciso reverter as privatizações e estatizar todo o sistema de Saúde (para isso é preciso derrubar todo o governo, recheado de golpistas), para que dê a assistência adequada aos ambientes hospitalares impedindo que o mesmo seja vendido, é preciso proteger a saúde dos trabalhadores, particularmente das mulheres.