É preciso manter a mobilização

Imperialismo prepara novo golpe contra Lula

Após afirmação de embaixador norte-americano, fica claro que o verdadeiro medo do imperialismo é a eleição de Lula

Recentemente, o embaixador norte-americano no Brasil, Todd Chapman, que acaba de se despedir do país e da carreira diplomática, deu uma declaração bastante reveladora sobre as intenções golpistas do imperialismo com relação ao Brasil para o próximo período. 

Em entrevista coletiva concedida antes de deixar o Brasil, Chapman afirmou, ao ser questionado sobre sua opinião a respeito da recente ameaça de golpe de estado proferida pelo ministro da defesa, Braga Netto, que “Para nós, a democracia é inegociável e o Brasil é um país super democrático. Todos que fizeram previsão de que a democracia ia acabar no Brasil erraram sempre”, demonstrando seu total apoio aos golpes de estado ocorridos anteriormente no país, particularmente o mais recente, de 2016. 

Além disso, ele também afirmou que, se há alguma preocupação por parte dos norte-americanos, não é com as tentativas de golpe militar, mas sim com escândalos como “mensalão, petrolão, Lava Jato”, ele afirma também que “a corrupção é o câncer do Brasil”.

É preciso compreender bem claramente a mensagem passada pelo representante dos Estados Unidos no Brasil. Primeiramente, ao afirmar que não há preocupação com as ameaças golpistas dos militares aliados do governo Bolsonaro, ele demonstra todo o apoio do imperialismo ao golpe de estado e ao atual governo. Ele também cita alguns escândalos de corrupção ligados ao PT, demonstrando que o verdadeiro receio dos norte-americanos é com a volta de Lula ao poder. Apesar de alguns setores da esquerda não perceberem isso com clareza, o governo Bolsonaro é um importante aliado dos Estados Unidos na América Latina. Existe uma falsa ideia de que a ligação de Bolsonaro com os norte-americanos seria um alinhamento ideológico com o ex-presidente Trump, mas o fato é que Biden é tão amigável a Bolsonaro quanto o seu predecessor. 

Portanto, é preciso ter claro que o imperialismo (e, consequentemente, a burguesia nacional) não tem nenhum interesse em apoiar a derrubada de Bolsonaro. Por isso, é preciso ter clareza que essa queda não virá simplesmente pelo impeachment ou por outras vias institucionais, ela se dará apenas com o aumento das mobilizações e com a intensificação da luta popular contra a direita. Isso também se traduz em uma total recusa por parte do imperialismo de aceitar a eleição de Lula, que seria a personificação da luta popular contra o golpe de estado.

Está claro que o grande problema para a burguesia internacional é impedir que Lula ganhe a eleição. A participação do PSDB nas manifestações de São Paulo é uma tentativa de transformar os tucanos, que são golpistas e delinquentes políticos, em “heróis da democracia”. Trata-se de um verdadeiro estelionato político, visto que os atos foram todos convocados e mobilizados pela esquerda e pelo movimento popular. 

Já não é de hoje que a burguesia procura realizar a reciclagem do lixo do golpe de estado, para estabelecer a terceira via. Foi assim com a fascista Joice Hasselman, Alexandre Frota e com Reinaldo Azevedo, um cachorro louco do PSDB que defendeu com unhas e dentes o golpe de Estado. A burguesia tentou colocar até o MBL para dentro dos atos de São Paulo e de outros lugares. No entanto, o movimento popular já demonstrou não estar disposto a ser enganado de forma tão escandalosa pelos golpistas. 

Essas manobras deixam claro que a burguesia não irá permitir a vitória de Lula com facilidade. Caso Lula ganhe as eleições, é preciso fazer o que está sendo feito hoje. A mobilização popular é a única coisa que pode impedir o golpe que está sendo armado contra Lula. Ao olhar para os países em que o golpe retrocedeu, ainda que temporariamente, fica evidente que o fator principal era o povo nas ruas, que é a única coisa que pode causar medo no imperialismo. É por isso que há toda essa manobra para infiltrar a direita nos atos e, consequentemente, acabar com a mobilização. A burguesia sabe que a mobilização é primeiramente contra o Bolsonaro, mas logo será contra eles e seus partidos como o PSDB ou o PDT de Ciro Gomes, que também procura se apresentar como esquerdista no momento, mas é um partido totalmente dominado pelos patrões. 

No momento atual, é evidente que uma boa parte do PT já percebeu que a mobilização será o único caminho para a eleição de Lula, apesar de  ter havido uma grande vacilação e colocações confusas como “Lula será o candidato do centro”, ou coisas do tipo, num primeiro momento. Agora, é preciso manter essa mobilização até o fim e trazer para as ruas a palavra de ordem de “Lula presidente”, manter o crescimento dos blocos vermelhos e colocar em discussão nas centrais sindicais a questão da Greve Geral, que é o melhor caminho para colocar a burguesia contra a parede e poder impor a vontade da classe trabalhadora. A candidatura de Lula deve ser a candidatura de toda a esquerda e de todos os setores que apoiam a luta contra o golpe. O próximo passo é apoiar a presença de Lula nas manifestações, o que irá fazer com que elas aumentem imensamente e assustem verdadeiramente os golpistas e a burguesia. 

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