A área territorial que constitui a atual Síria é uma das mais antigas ocupações humanas, ficando em meio a antiga Caldéia (Mesopotâmia, atual Iraque) e o Egito. O chamado Crescente Fértil, onde fica a capital Damasco, pode ser a cidade mais antiga do mundo, com mais de sete mil anos de existência, sendo um ponto de passagem entre os três continentes que constituem o Velho Mundo (África, Ásia e Europa), e nos dias atuais, uma posição estratégica ao imperialismo.
A guerra entre a França e Inglaterra resultou no acordo assinado em 1915, o Tratado Sykes-Picot, pelo qual se dividiram artificialmente os restos dos otomanos quando derrotados, ficando a província turca da Síria atribuída à França, liberta apenas em 1946.
Com fronteiras desenhadas em 1915 obedecendo aos interesses dos imperialistas da França e da Inglaterra, sem considerar as características étnicas, religiosas, culturais de suas populações, o país engloba em seu território vários grupos. Com 90% sendo árabe, 9% curda, ao lado de outras minorias, tem também na divisão religiosa, 74% são muçulmanos sunitas, 16% muçulmanos xiitas e 10% cristãos.
Em 1936, após dois anos de negociações, foi concluído o Tratado Franco-Sírio de Independência com o apoio de setores nacionalistas. O acordo garantia as subdivisões unidas em um só Estado, à exceção do Líbano, além de gradual retirada a intervenção francesa nos assuntos internos da Síria e redução gradual das tropas de ocupação. Em troca, a Síria de comprometia a ajudar a França em tempos de guerra, permitindo inclusive o uso de seu espaço aéreo.
A “Síria moderna” foi estabelecida após a Primeira Guerra Mundial durante o Mandato Francês e era o maior Estado árabe a surgir na região do Levante, que antigamente era dominada pelo Império Otomano. O país conquistou a independência como uma república parlamentar em 24 de outubro de 1945, quando a Síria tornou-se membro fundador da Organização das Nações Unidas, um ato que legalmente pôs fim ao antigo domínio francês — embora as tropas francesas não tenham deixado o país até abril de 1946.
Sobre a situação da expansão do capitalismo industrial, determinada pelas necessidades da revolução industrial europeia por matérias-primas, por mercados consumidores e investimento de capitais excedentes,
aguçou ainda mais as disputas entre as potências europeias pela apropriação de territórios na Ásia. A grande “descolonização” ocorreu no período que se seguiu à Segunda Guerra Mundial em razão de
movimentos internos que ocorreram nas colônias em prol da independência, alguns deles por meio de
conflitos armados das classes operárias revolucionárias, e, na verdade, fruto da própria destruição do imperialismo com a guerra mundial. Entre 1945 e 1950, várias colônias asiáticas obtiveram sua independência: Índia,
Paquistão, Sri Lanka (antigo Ceilão), Coreia, Camboja, Malásia e Cingapura.
A crescente ameaça nazista fez com que os franceses reconsiderassem alguns termos do acordo. Por essa razão, nunca chegaram a ratificá-lo. Além disso, com a província de Sanjak-Alexandretta cedida à Turquia, novas revoltas eclodiram, atrasando a independência Síria somente após a Segunda Guerra Mundial.
O reconhecimento em si não é o principal ponto, é apenas o gancho para explicar que o reconhecimento em 1946 se deu porque não havia mais como ser de outro modo, o imperialismo não conseguia mais manter a Síria dependente da França. Isso é resultado da onda revolucionária com o fim da guerra mundial, que debilitou o imperialismo europeu.
Esta luta na região levou a criação do Estado de Israel – um estado artificial criado pelo imperialismo dos EUA para controlar a região, com golpes de estado para roubar o petróleo etc. – em 1948, os sucessivos governos sírios estiveram entre seus oponentes mais radicais.
Após as últimas tropas francesas deixarem o país, em 17 de abril de 1946, o presidente Shukri al Quwatli declara a independência.