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Bolcheviques vs. imperialismo

Há 100 anos, terminava a guerra polaco-soviética

Desespero polonês em face ao avanço bolchevique colocou o país nos bolsos do imperialismo

O conflito-armado conhecido “Guerra Polaco-Soviética” foi um embate evolvendo a Rússia Soviética e a Polônia que aconteceu de 14 de fevereiro de 1919 a 18 de outubro de 1920. Foi parte da guerra civil russa, esta onde o Exército Vermelho combateu 14 outros países.

Desde a conquista e tomada de poder por parte dos Bolcheviques, Vladmir Lênin tinha como objetivo instaurar regimes socialistas em toda Europa, de forma que viu ser necessário aproveitar-se do momento de greves e revoltas comunistas na Alemanha, onde a conquista da Polônia tornou-se necessidade para que o Exército Vermelho pudesse caminhar em auxílio destes movimentos.

A Guerra Civil Russa trazia insegurança quanto às fronteiras orientais da Polônia. O Chefe de Estado polonês Józef Piłsudski enxergava nesta instabilidade a oportunidade para expandir as fronteiras de seu jovem Estado e, eventualmente, criar uma federação com Ucrânia e os países do Báltico. Em 1919, Lênin percebeu três coisas: que o Exército Branco estava sofrendo vários problemas, que os comunistas estavam vencendo a Guerra Civil Russa e que os ânimos exaltados nas cidades alemães (devido à abdicação do kaiser Guilherme II). Tendo isto em mente, os comunistas sob sua égide se fortaleceram e Lênin ordenou a invasão da Polônia.

O governo polonês passou, então, a rapidamente recrutar novas tropas, comprar armamento e enviar diplomatas para obter apoio de outros países e da Liga das Nações. Entretanto, não sabia Jozef que sua nação seria usada como bucha de canhão pelo imperialismo. O primeiro apoio partiu de Ucrânia através de apoio logísticos, aeródromos e estradas, tudo com o intuito de expulsar do país os comunistas que ali haviam invadido durante a Guerra Civil Russa para socializar o país. Juntos, os governos conseguiram avançar e lançar uma ofensiva até a cidade Kiev, num grande ataque para reconquistar a capital ucraniana e derrubar o governo comunista. Apesar do esforço, a ofensiva fracassou e rapidamente as trocas polacas e ucranianas sofreram diversas baixas e problemas.

Em segundo lugar veio apoio inglês, mesmo contra a vontade do primeiro ministro britânico Lloyd George, que havia decretado embargos econômicos à Rússia. Em terceiro veio a França, que decidiu assinar uma aliança com os poloneses e enviou o Exército Azul e seus oficiais ao país. Além disso, vinham também soldados e pilotos de diversos outros países em auxílio aos poloneses.

A Hungria, por exemplo, enviou uma grande quantidade de armamentos que não chegaram facilmente ao país, visto que a Tchecoslováquia se recusava a permitir a passagem do material, que teve de ser entregue de modo clandestino. Tentou também aliar-se à Lituânia que, por si só, preteriu-os e aliou-se aos bolcheviques. Fez isto, pois temia ser anexada futuramente pela Polônia, que tinha seus próprios planos de reconquistar os antigos territórios que pertenciam à Republica das Duas Nações, nos séculos XVII e XVIII. Tal fato ocasionou a Guerra Polaco-Lituana, e, apesar de ter perdido sua capital Vilinus para o inimigo, os lituanos conseguiram sua independência. Ambos países só reataram suas relações diplomáticas em 1938.

Logo no começo da guerra polaco-soviética, os poloneses acabaram por ter de recuar 500 quilômetros, fato qual acabou com o moral de seu exército e espalhou pânico por dentre a sociedade polonesa. Em agosto os russos capturaram Brest e romperam a penúltima linha de defesa na direção a Varsóvia, onde ocorreu a grande batalha do conflito. De 13 a 25 de agosto de 1920, as forças armadas polacas atingiram seu ponto de virada. Jozef decidiu por retirar as forças de seu exército para o rio Vístula e lá resistirem ao ataque soviético, com o apoio de seus generais Władysław Sikorski e Joséf Haller, estes que deveriam atacar o Norte por trás de Varsóvia e resistirem entrincheirados ao ataque bolchevique, respectivamente. No centro, o exército de Piłsudski iria atacar um ponto fraco descoberto pelo serviço de inteligência polonês.

O Exército Vermelho, até então comandado pelo jovem general Mikhail Tukhachevsky, avançava cantando vitória e esperavam, tão logo conquistassem a Polônia, rumar para a Alemanha, França, Inglaterra e toda Europa. A Polônia apelou ao mundo declarando que só ela poderia impedir o avanço comunista e, através desta mentira, conseguiu mais apoio.

Quando os soviéticos chegaram ao rio Vístula, perto de Varsóvia, os poloneses de Piłsudski atacaram enquanto os de Haller resistiram aos soviéticos, depois de alguns dias, os polacos fecharam o cerco ao Exército Vermelho empurrando-o até a fronteira com a Prússia Oriental, onde derrotaram definitivamente os comunistas e afastaram a Europa do avanço revolucionário.

Apesar da vitória, é fato que a Polônia foi utilizada como bucha de canhão pelos caprichos do Imperialismo. A política bolchevique nunca foi de submissão, nunca visaram submeter os poloneses às vontades soviéticas. Durante a própria guerra civil, a Rússia concedeu a emancipação de diversos povos.

Os tratados feitos pelo governo bolchevique com outras nações, em última análise, foram completamente desfavoráveis, devido à vontade de Lênin em acabar com as guerras (exemplo: Tratado de Brest-Litovsk). A posição deste era completamente diferente da de Stalin, que 20 anos depois agia como um Czar: ocupando e invadindo os países e submetendo-os à Moscou. Lênin agia de forma contrária, liberando os países e promovendo relações mutualmente dignas entre eles, sem jamais subjugá-los.

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