O Tribunal de Contas da União acaba de dar o seu aval para a venda de mais um braço da Petrobrás, Refinaria Landulpho Alves (RLAM), a preço de banana, para os capitalistas estrangeiros.
A RLAM, localizada no Recôncavo Baiano, primeira refinaria brasileira de petróleo, que possibilitou o desenvolvimento do primeiro complexo petroquímico planejado do país e maior complexo industrial do Hemisfério Sul, o Pólo Petroquímico de Camaçari, responsável pelo refino, diariamente, de 31 tipos de produtos, das mais diversas formas, tais como GLP, gasolina, diesel e lubrificantes, a refinaria é a única produtora nacional de food grade, uma parafina de teor alimentício utilizada para fabricação de chocolates, chicletes, entre outros, e de n-parafinas, derivado utilizado como matéria-prima na produção de detergentes biodegradáveis, teve a sua venda autorizada, criminosamente, pelo TCU para o fundo Mubadala, dos Emirados Árabes, por um preço três vezes abaixo de todas as avaliações de mercado, no valor de US$ 1,65 bilhão, quando o seu real valor não poderia estar abaixo de US$ 3,04 bilhões, avaliações essas, inclusive, feita pela própria Petrobrás.
O governo golpista Bolsonaro, conjuntamente com as demais instituições do Estado vêm, sistematicamente, implementando a política neoliberal da entrega do patrimônio nacional e, o Tribunal de Contas da União, vem tendo uma posição de destaque na condução dessa política. Recentemente o TCU determinou procedimentos para o Banco do Brasil, um dos maiores patrimônios nacionais, com mais de 200 anos de história, ao substituir os funcionários cedidos pelo banco, procedimento esse que é parte da história de 35 anos da Fundação Banco do Brasil (FBB), por “profissionais de mercado”, com o objetivo de beneficiar os capitalistas e dar mais um passo na privatização do BB.
O desmonte do Pólo de Camaçari feita pelo golpista, por imposição dos países imperialistas, principalmente pelo norte-americano, fruto do golpe de Estado de 2016, orquestrado por esses mesmo países, é parte da política de entrega do patrimônio nacional com o objetivo de satisfazer os interesses dos capitalistas e banqueiros, nacionais e internacionais e, em consequência dessa política, já foram vendidas as termelétricas, localizadas no município de Camaçari, Arembepe, Bahia 1 e Muricy, por uma bagatela de R$ 95 milhões, preço que apenas uma das subsidiárias fatura em um ano.
Os trabalhadores da Petrobrás e suas organizações de luta, conjuntamente com as demais organizações dos trabalhadores, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), devem imediatamente lançar uma ampla campanha de mobilização contra as privatizações, junto com os trabalhadores dos Correios, Eletrobrás, CEF e outras estatais ameaçadas pela ofensiva do governo. Para organizar uma ampla luta, com atos nas ruas, greves e ocupações, é preciso construir comitês de luta por categoria e local d trabalho e superar a paralisia da maioria das direções sindicais.