Há pelo menos 1 ano e 8 meses o mundo vem sofrendo com a pandemia de Covid-19, que já tirou milhões de vidas em todos os continentes. No Brasil, quase 590 mil pessoas tiveram a vida ceifada pela doença que desde dezembro de 2020 já tem vacina. A vacina evita o agravamento do quadro clínico de quem adquire a doença, promovendo uma diminuição da ocupação das unidades de terapia intensiva (UTI’s) e, consequentemente, possibilitando que o sistema de saúde absorva e trate dos casos extremos.
O problema é que no Brasil um grupo de genocidas e corruptos viram na pandemia a realização de seus desejos intrínsecos e lúgubres. Ao mesmo tempo em que Bolsonaro e seu governo diminuíam e negavam a gravidade da pandemia, menosprezavam as mortes, dificultavam a aprovação sanitária das vacinas e rejeitavam ofertas acessíveis dos imunizantes, outro grupo integrante do governo buscava tirar vantagem na compra das vacinas, falsificando, adulterando e superfaturando os valores de aquisição dos imunizantes.
A população trabalhadora brasileira, principais prejudicados com os lockdowns, cansada de tanto descaso, organizou mobilizações e lutas cobrando ações efetivas contra a pandemia, como a aquisição e aplicação das vacinas em toda a população. A luta e a pressão da classe trabalhadora surtiu efeitos, com a criação de uma campanha de vacinação e a agilização de sua aplicação.
Agora parte da classe trabalhadora se vê ameaçada por capitalistas mal intencionados, que veem na falta dos imunizantes e na baixa capacidade de vacinação, fruto da ineficiência do governo Bolsonaro a oportunidade para a realização de demissões em massa. Acobertado por governadores com histórico de opressão aos trabalhadores, como João Dória, a demissão por não imunização e a criação de “passaportes de saúde” são artifícios absurdos que visam justificar a repressão aos trabalhadores.
Atualmente pelo menos 5 estados carecem do imunizante da AstraZeneca para completar o esquema vacinal da população. De maneira emergencial e experimental, os governos do Rio de Janeiro e de São Paulo decidiram aplicar como segunda dose as vacinas de outra fabricante, a Pfizer. Apesar do relato comprovado da falta de imunizantes para completar vacinação da população, o Ministério da Saúde se esquiva de responsabilidade e acusa os Estados e as Secretarias de Saúde locais de descumprirem o acordo triparte (entre a União, Estados e Municípios) firmado por meio do PNO (Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19) onde, segundo o Ministério da Saúde, não autorizava o uso de vacinas destinadas à segunda dose para aplicação da primeira dose.
Por sua vez, estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, destacam entre os principais problemas os atrasos e intervalos relativamente longo entre as remessas, remessas incompletas e quantidade insuficiente de imunizantes.
Atualmente a vacinação contra a Covid-19 no Brasil apresenta números aquém da capacidade de vacinação que o Sistema Único de Saúde oferece. Isso se deve pelo descaso do desgoverno Bolsonaro, do Ministério da Saúde e dos infundados insultos que Bolsonaro e sua milícia reverberam contra a China, principal exportadora de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) ingrediente base e principal das vacinas produzidas pelo Instituto Butantã e pela Fiocruz.
Com apenas 31% da população brasileira com a vacinação completa, veículos da grande mídia tentam esconder da população a ineficiência do governo Bolsonaro fazendo comparações esdrúxulas como a quantidade de imunizados em relação aos Estados Unidos e em comparação com o mundo, sendo que, evidentemente, devido o Brasil ter a 5ª maior população do mundo, ficará entre os primeiros num “ranking” de países imunizados.
Enquanto continuam os ataques aos trabalhadores, à população, à saúde coletiva e à vida, continua faltando comida no prato e vacina no braço, o que justifica a importância e a necessidade de toda a população trabalhadora unir forças, lutar e garantir que sejam cumpridas as obrigações do governo de imunizar toda a população.