Coluna de ontem (14) do jornal reacionário O Estado de S. Paulo vaza informações de reunião dos organizadores do movimento pelo Fora Bolsonaro, acusando o PCO de vazar informações (!).
Trata-se de um ataque ao que um companheiro da direção nacional do Partido, Rafael Dantas, publicou em sua conta de Twitter, acompanhando minuto a minuto a reunião da Frente Brasil Popular, da qual ele participou e da qual o PCO é membro permanente.
A reunião ocorreu na terça-feira (06). O Estadão critica o PCO por ter publicizado o conteúdo da reunião. Utiliza um integrante da frente, Raimundo Bonfim (CMP), para atacar o PCO, dizendo que o Partido cumpre o papel de um espião nas reuniões.
Devemos perguntar: a reunião que discute e decide os rumos de um movimento de milhões de pessoas por acaso é secreta? Quem deu o direito aos organizadores de ser secreta essa reunião, que interessa à ampla maioria do povo brasileiro? O PCO, como integrante do movimento, não apenas tem o direito mas o dever de publicizar o que está sendo discutido, de dar transparência ao debate e de informar a todo o movimento o que está acontecendo.
Parte dos organizadores, no entanto, entende que essa reunião dos representantes do povo deveria ser uma reunião fechada a sete chaves. O povo não deveria ter o direito de saber o que está sendo decidido, deveria ficar à revelia do movimento.
E mais: o povo só pode ser informado pela imprensa burguesa. O PCO, que participa do movimento, não pode “vazar” o conteúdo das reuniões, mas a Folha de S.Paulo, o Estadão e O Globo, que são inimigos do movimento, podem. Que grande contradição!
O que temos visto é algum (ou alguns) membro(s) do movimento, que participa(m) das reuniões, vazar(em) informações para a imprensa burguesa, da mesma forma que fazia um informante da imprensa burguesa norte-americana dentro do governo de Richard Nixon, personagem misterioso que ficou conhecido como “garganta profunda” em alusão cômica a um filme pornô da época.
Ainda, esses vazamentos do garganta profunda da esquerda pequeno-burguesa para a imprensa são totalmente enviesados: não se vaza todo o conteúdo, que é de interesse público, mas apenas o que interessa à política da burguesia. Por exemplo, foi vazada recentemente uma informação de que o PCO poderia ser expulso do movimento, embora não tenham chamado o PCO sequer para discutir o assunto. O que temos claramente no movimento é um ou mais espiões e eles estão a serviço da burguesia para sabotar e destruir o movimento.
O papel que o PCO cumpre ao publicizar as reuniões é o de impedir que as decisões sejam tomadas à revelia e escondidas do público, do povo, dos trabalhadores. É uma ação para democratizar as reuniões, que deveriam ser oficialmente públicas e contar com a participação massiva de todos aqueles que participam do movimento pelo Fora Bolsonaro.
Por isso o PCO luta e exige dos membros da coordenação do movimento que sejam realizadas plenárias abertas, presenciais, estaduais, municipais, com transmissão ao vivo na Internet e chamado a toda a população oprimida a participar em um debate real, no qual todos possam apresentar suas posições e opiniões para que sejam discutidas e decididas democraticamente.
O movimento não pode de maneira nenhuma ser controlado por meia dúzia de “iluminados”. Isso não é um DCE, um centro acadêmico ou o Clube de Bilderberg. É o interesse de milhões de pessoas que está em jogo. Democracia e transparência no movimento, já!