Após o golpe de 2016, os empresários do ramo de transportes conseguiram condições mais favoráveis para aumentar a intensidade da exploração sobre a população brasileira. Em todas as capitais e grandes cidades, a única forma de os trabalhadores conseguirem se deslocar é através de ônibus e metrôs controlados por grupos mafiosos, que impõem tarifas altíssimas e frotas capengas.
As condições terríveis do transporte público são justificadas pelos patrões com as mais frágeis desculpas. O preço da tarifa, por exemplo, é muitas vezes justificado pela necessidade de pagar os funcionários – motorista, cobrador etc. No entanto, isso não condiz com a realidade: motoristas e cobradores recebem uma miséria em comparação as bolsas de dinheiro que vão diariamente para os cofres dos empresários.
Uma suposta preocupação com a “Segurança” também é repetidamente utilizada como justificativa pelos empresários. Por meio de campanhas moralistas e sensacionalistas, a burguesia vem adotando uma série de medidas para ampliar o massacre sobre os trabalhadores. Milhares de catracas, biometria e utilização de câmeras, entre tantas outras coisas, constituem o repertório de equipamentos para vigiar e reprimir a população.
No plano dos empresários, está um aumento gigantesco da tarifa dos ônibus e metrôs. Afinal, o transporte público é essencial para largas camadas da população, de modo que, mesmo se o preço da tarifa for abusivo, ainda haverá demanda. Com o golpe de 2016, a tendência é ficar cada dia mais difícil de andar de ônibus ou metrô no Brasil.
Recentemente, uma juíza em Minas Gerais exigiu que os aumentos nos metrôs e VLTs de algumas cidadeas fossem suspensos. No entanto, não se deve ter nenhuma ilusão de que isso bastará para barrar a ofensiva dos empresários. É preciso ir para as ruas, lutar contra o golpe e, por meio da mobilização revolucionária dos trabalhadores, colocar a burguesia contra a parede.